Celebramos o Dia Mundial das Missões, em que a Igreja em todo mundo realiza a Campanha Missionária, onde as coletas são destinadas ao financiamento das missões da Igreja Católica em todo o mundo. O tema deste ano é “Missionários de esperança entre os povos” e o lema do Ano Jubilar “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). O Papa Leão, em sua pequena mensagem do dia 13 de outubro, convida toda Igreja a unir-se em oração pelos missionários e pela fecundidade do trabalho apostólico.
Ele mesmo testemunha: “Quando eu era padre e depois bispo missionário no Peru, vi com meus próprios olhos como a fé, a oração e a generosidade demonstradas neste Dia podem mudar comunidades inteiras”. Ele convida a todas as paróquias católicas do mundo a participarem do Dia Mundial das Missões. As orações e a contribuição de cada um, ajudarão a espalhar o Evangelho, apoiar programas pastorais e catequéticos, construir novas igrejas e atender às necessidades de saúde e educação de nossos irmãos e irmãs nos territórios de missão.
Neste dia 19 de outubro, “ao refletirmos juntos sobre nosso chamado batismal para sermos ‘missionários da esperança entre os povos’, renovamos nosso doce e alegre compromisso de levar Jesus Cristo, nossa Esperança, até os confins da Terra”. Papa Leão termina agradecendo a todos por tudo o que cada um faz para ajudar a Igreja servir missionários ao redor do mundo. Deus abençoe a generosidade de cada um.
A Liturgia da Palavra deste 29º Domingo Comum, nos convida a refletir sobre a manter com Deus uma Oração Perseverante. Só assim será possível aceitar os projetos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar os seus ritmos e acreditar no seu amor.
Na Primeira Leitura (Ex 17,9-13a), Moisés não desiste de rezar. O Povo de Deus está a caminho da Terra Prometida. Josué organiza seus homens para lutar contra os inimigos com as armas. Moisés, entretanto, no alto da colina, de “mãos erguidas”, faz uso da arma da Oração. Duas pessoas sustentam os braços cansados de Moisés. A vitória foi alcançada muito mais pelo auxílio de Deus, do que pelo valor dos combatentes.
Nas duras batalhas da vida, devemos contar com a ajuda e a força de Deus. Devemos manter, como Moisés, as “mãos sempre erguidas” em oração, sem nos deixar vencer pelo cansaço.
Na Segunda Leitura (2Tm 3,14-4,2), Paulo indica uma fonte preciosa que alimenta a Oração: a Sagrada Escritura. “Toda a Escritura é inspirada por Deus
e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra (v. 16-17).
A Bíblia é o fundamento da fé e o vigor das comunidades. A Instrução Bíblica constitui o equipamento vital da pessoa de Deus, aos ministros da Palavra, uma preparação conveniente, para que ela se torne atraente e chegue ao coração dos ouvintes.
O Documento de Aparecida afirma: “Uma maneira privilegiada de ler a Sagrada Escritura é a Leitura Orante da Bíblia. Bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistério de Jesus-Messias, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e ao testemunho de Jesus-Senhor do universo” (DAp 249).
No Evangelho (Lc 18,1-8), Jesus coloca o exemplo da Viúva, que não desiste de implorar. “Para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir” (v.1): Jesus contou aos discípulos essa Parábola. Uma viúva injustiçada pede justiça, mas o juiz não lhe dá ouvidos. Ela tanto insiste, que o juiz acaba atendendo. A insistência da viúva vence a indiferença do juiz iníquo. Se até um homem mau cede diante de um pedido incessante, quanto mais Deus, que é justo e santo, nos atenderá e salvará.
A Oração deve ser um Diálogo insistente e contínuo. Deus está sempre atento aos nossos pedidos, mesmo quando “parece” insensível aos nossos apelos, aos nossos clamores por justiça. Geralmente temos pressa. Ele sabe a hora e o momento para cada coisa. A nós resta moderar a impaciência e confiar totalmente nele.
O que significa “rezar sempre”? Significa nunca interromper o Diálogo com Deus, mesmo no aparente silêncio de Deus. “É a presença silenciosa de Deus na base do nosso pensamento, da nossa reflexão e do nosso ser, que impregna toda a nossa consciência” (Bento XVI). Nesse diálogo, Deus transforma os nossos corações e aprendemos a nos entregar nas mãos de Deus e confiar nele. Se interrompermos esse contado, se deixarmos “cair os braços”, logo fracassaremos.
A Oração não é uma fórmula mágica para levar Deus a fazer nossa vontade ou até nossos caprichos. Não é um simples ato de piedade, ou expressão do sentimento; mas antes um ato de fé e de amor, que nos abre ao diálogo com Deus.
Rezar é conversar com Deus: falar e escutar. As Orações não precisam de palavras complicadas. Existem orações escritas que rezamos, mas também as orações que são feitas quando queremos conversar com Deus do nosso jeito. Deus é o nosso melhor amigo e gosta de nos ouvir.
Orar é fazer silêncio profundo para ouvir Deus, acolher a sua Palavra e assim nos dispor a fazer a sua vontade. É uma resposta vivencial e verbal, que poderá assumir várias formas: Ação de graças, Contemplação, Profissão de fé, Declaração de entrega, ou um Pedido.
Por fim, lanço a meus leitores um desafio e um convite: nesta semana, encontre todos os dias um tempo sagrado para Oração, para uma conversa pessoal e amigável com Deus. A Oração perseverante ajudará a sermos “Discípulos-Missionários”.
Pe. Anderson Messina Perini
Administrador Paroquial da Paróquia Jesus Bom Pastor de Santo André