Parece tão certo quando olhamos no relógio... Experimente olhar em dois relógios com horas diferentes... Em três, quatro, cinco... Sentimos o passar das horas, e nem precisamos de relógio para isso, olhamos o céu e sabemos se é manhã ou fim de dia, o estômago ronca e sabemos ser hora de comer, bocejo vem e é hora de dormir... Já temos um reloginho dentro de nós, e não precisamos de ponteiros para isso, mas acreditem, podemos literalmente enlouquecer se ficarmos por anos em locais sem ver o Sol e sem olhar para um relógio...
Tudo está atrelado ao tempo, a rotina, o descanso e a diversão; olhamos o relógio e ops! –Estou atrasado, ou ainda: –Dá tempo, dá para ficar mais cinco minutinhos...O tempo determina nossa utilidade e nossas conquistas, ele nos mostra o que somos, nos revela o futuro...
O tempo... é algo concreto, ou apenas pulsos elétricos, engrenagens, sincronismos alheios ao passar do tempo? Muitas vezes o tempo parece correr além do que o relógio permite, e em outras vezes, caminha tão devagar, que é como se a própria Terra conspirasse e deixasse de se mover.
Dizem que para saber o valor de um ano, pergunte a um aluno que não passou nos exames; para entender o valor de um mês, pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro; para entender o valor de uma hora, pergunte a quem tem um ente amado lutando pela vida em um hospital; para entender o valor de um minuto, pergunte a quem perdeu o ônibus; para entender o valor de um segundo, pergunte a quem sobreviveu a um acidente...
O tempo é relativo, como já nos dizia Einstein, mas quanto nós entendemos ou queremos entender do assunto? Que no espaço, o tempo corre diferente, que em alguns planetas um ano, ou seja, o tempo que o astro leva para dar a volta completa ao redor da estrela que orbita, pode ser de apenas alguns minutos? É alucinante, mas daria uma tremenda de uma vertigem... Entender que o que determina o tempo aqui no nosso mundo é o girar do sol e a irresistível atração que ele exerce sobre a Terra, que arrebatada por essa força, gira hipnotizada, presa a algo que nem paramos para conceber na nossa vida de corrida contra o tempo. 
Vivemos sem tempo ou desperdiçando o tempo, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Nascemos e o tempo nos carrega até a vida adulta, mas nesse tempo o tempo nem é sentido; seguimos, é irresistível e assim como a Terra, apenas somos arrastados. Quando nos damos conta, o tempo passou, já não somos arrastados, nos arrastamos, desejando voltar no tempo...
O que tem feito com seu tempo? Quanto tempo você tem? Todo tempo do mundo, alguns dizem; o tempo voa, alguns descobrem; o tempo é precioso, percebemos tarde demais...
A vida média do ser humano excedeu nas últimas décadas e podemos facilmente chegar aos 80 anos, mas desse tempo cedido, aproveitamos talvez uns trinta anos, no máximo. Até os 20 anos, descobrimos; dos 20 aos 30 nos preparamos para viver; dos 30 aos 60 produzimos e depois disso, entramos na luta para descansar, sim queremos a merecida aposentadoria... 
O tempo de vida no nosso planeta varia, indo de centenas de anos como as tartarugas, a praticamente a imortal como o caso de uma espécie de água viva, e caindo para apenas alguns dias como o caso dos mosquitos... Então, quando um deles zunir pela sua cabeça, tenha um pouco de compaixão, o coitado está literalmente, com os minutos contados.
Uma borboleta vive algumas semanas e quanta graça no seu voar... Uma abelha alguns meses e enche nosso planeta de cor e sabor... Uma minhoca alguns anos e quanta fertilidade sob as imponentes raízes...
Mas a verdade é uma só, quanto mais se vive, mais se desperdiça. O tempo é como a água, depois que escoa, não tem volta... Já nos foi dito: Tempo de nascer, de plantar e de colher... Mas seguindo adiando: Tempo de nascer, de dormir e de comer... E em tempos modernos: Tempo de postar, de curtir e compartilhar...
O tempo... Quanto tempo ainda resta para que o homem entenda que o tempo nada mais é que uma nova chance – uma de milhares? Quem sabe com um novo tempo, não se perca mais tempo, cientes que o tempo é determinado por nós, que quanto mais usamos sabiamente o tempo, mais tempo nos é dado...

Vanderli do Carmo Rodrigues