A ONG Spaddes atua há mais de 10 anos na defesa e resgate de animais vítimas de maus-tratos em Marília e região, em parceria com autoridades policiais. O Eduardo Cabrini, do portal Garça em Foco, conversou com Gabriel Fernando, que desde jovem dedica sua vida à causa animal e hoje é o diretor da ONG. Ele contou sobre sua trajetória, os desafios enfrentados e os casos mais marcantes da atuação da entidade.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: Gabriel, desde quando você atua e qual a sua função dentro da ONG?
Gabriel – ONG Spaddes: Estou envolvido com a ONG Spaddes desde os meus 16 anos de idade. Desde pequeno sempre gostei de animais. Onde eu morava, no bairro em que eu morava, funcionava o canil da ONG Spaddes. Fui lá conhecer e entender melhor como funcionava. A partir disso, comecei a ajudar limpando o canil, dando banho nos animais, cuidando da alimentação e da limpeza do abrigo. Criei um vínculo forte com a causa animal e quis ir além, começando a participar das fiscalizações de maus-tratos.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: E o que te motivou a entrar na causa animal?
Gabriel – ONG Spaddes: O que me motivou foi o compromisso com os animais. Eles são seres indefesos, não têm voz para pedir ajuda, sentem frio, fome, medo. Então, criei esse compromisso de defender a integridade física e emocional deles, seja animal doméstico, silvestre ou exótico.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: Como surgiu a ONG Spaddes e quais são os principais objetivos?
Gabriel – ONG Spaddes: A ONG Spaddes surgiu há mais de 10 anos, fundada pela advogada Dra. Dirce Maria, presidente, e pelo advogado Dr. Oswaldo, vice-presidente. É reconhecida como de utilidade pública municipal em Marília, e estamos trabalhando para o reconhecimento estadual. O objetivo principal é resgatar animais vítimas de maus-tratos. Nossa atuação é especializada nesse tipo de crime. Não recolhemos animais abandonados em via pública porque não temos espaço físico para isso. Nosso foco é combater os maus-tratos em residências, quando os responsáveis têm condições de cuidar, mas negligenciam.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: Hoje, quantas pessoas colaboram ativamente com a ONG?
Gabriel – ONG Spaddes: Hoje temos mais de 12 pessoas na equipe, entre representantes e médicos veterinários. Também contamos com clínicas parceiras. Fazemos rodízio entre os voluntários de acordo com a demanda para atender as denúncias.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: A ONG tem sede própria ou funciona apenas de forma voluntária?
Gabriel – ONG Spaddes: Temos sede própria em Marília, onde ficam o escritório, o canil e os abrigos. Todo animal resgatado em Garça é encaminhado para nossa base em Marília, onde é monitorado 24 horas até encontrar um adotante responsável. Não divulgamos o endereço para evitar abandono de animais no local, o que já aconteceu no passado.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: Na sua opinião, quais foram os casos mais marcantes aqui em Garça?
Gabriel – ONG Spaddes: Um dos mais marcantes foi o caso de uma cadela com sete filhotes que estava em local insalubre e sendo abusada sexualmente por um indivíduo. O delegado Adriano Marreiro e sua equipe conseguiram prender o agressor em flagrante. Resgatamos a cadela e os filhotes, que foram cuidados, castrados e adotados com responsabilidade. Esse caso marcou toda a equipe pela gravidade e pela vitória da cadelinha e seus filhotes.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: Como você avalia a parceria com a Polícia Civil de Garça e o delegado Adriano Marreiro?
Gabriel – ONG Spaddes: Avaliamos de forma muito positiva. Tanto o Dr. Adriano, em Garça, quanto o Dr. Flávio Rodrigues, em Marília, são extremamente dedicados e dão todo o apoio necessário. Ajudam nas investigações, diligências e até em operações mais complexas. Isso fortalece muito a nossa atuação.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pela ONG hoje?
Gabriel – ONG Spaddes: No passado, tivemos dificuldades com apoio policial, mas hoje contamos com respaldo total da Polícia Civil e Militar. Nossa maior dificuldade continua sendo a falta de espaço e o alto número de casos.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: E como a população pode ajudar a ONG Spaddes?
Gabriel – ONG Spaddes: Nossa atuação é muito séria e envolve processos criminais. Por isso, a entrada de voluntários passa por uma seleção rigorosa, para garantir a segurança dos animais e da equipe. Não trabalhamos com doações em dinheiro, mas sim com apoio jurídico, clínico e logístico de parceiros.
Eduardo Cabrini – Garça em Foco: As denúncias podem ser feitas de forma anônima? Quais os canais de comunicação?
Gabriel – ONG Spaddes: Sim, as denúncias podem ser anônimas. Só recebemos denúncias pelo WhatsApp, no número (14) 98122-0565. Não atendemos ligações porque isso atrapalha o fluxo de registros. É importante sempre mandar informações claras e, quando possível, fotos ou vídeos para agilizar o resgate.