
A defesa do professor Rafael Salatini de Almeida, demitido da Unesp de Marília após ser acusado de constranger alunos durante aulas, afirmou que pretende recorrer da decisão e buscar sua reversão nas instâncias competentes. A demissão foi publicada pela universidade na última semana, com base em falta grave prevista no regimento interno e no estatuto do servidor.
Em nota, o escritório Dantas & Santana Advogados Associados, responsável pela representação do docente, declarou ter recebido a demissão “com surpresa”. Segundo os advogados, o professor tomou conhecimento, durante o processo administrativo, de diagnósticos de Transtorno Afetivo Bipolar e Síndrome de Asperger (Transtorno do Espectro Autista), confirmados pela perícia psiquiátrica da própria Unesp.
A defesa argumenta que o laudo atestou que, durante o período dos fatos apurados, o docente estaria em surto, com prejuízo à capacidade laboral e ao discernimento, o que deveria ter levado a instituição a considerar alternativas como um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Como a sugestão não foi acolhida, os advogados afirmam que irão adotar medidas jurídicas para tentar reverter a demissão, mas não detalharam quais.
Rafael Salatini era servidor efetivo da Unesp e lecionava no curso de Relações Internacionais. Ele foi denunciado coletivamente por 44 estudantes, que relataram episódios de constrangimento durante as aulas, incluindo supostas manifestações de cunho sexista e violento. As denúncias vieram à tona em 2024 e ganharam repercussão nacional.
No dia 12, a reitoria da Unesp oficializou a demissão por falta grave, após encerramento do processo administrativo disciplinar. A decisão gerou novamente ampla repercussão na comunidade acadêmica e na mídia.
A defesa reforçou que seguirá buscando a revisão da penalidade, enquanto a Unesp não comentou novos desdobramentos.















