
O futuro se descortina bem na nossa frente com mudanças tecnológicas que estão cada vez mais alucinantes... Você já se deparou com uma tecnologia e pensou: Isso não pode ser verdade e não vai funcionar...
Eu ainda tenho dificuldade para aceitar a utilidade que damos ao telefone... E devo admitir que sinto falta daqueles aparelhos de discar, que ficavam em uma mesinha própria; era um sonho, e era simplesmente uma fortuna ter um telefone, equivalia a ter um carro, pois que décadas atrás, as linhas eram vendidas e poucos as tinham...
Mas não é apenas o telefone antigo que me causa saudade; as últimas décadas foram de alucinantes avanços tecnológicos, e para quem nasceu há mais de 40 anos, é normal e quase que obrigatório sentir aquela nostalgia diante de objetos/eletrônicos antigos, como as fitas K7s, discos de vinil, vitrola e discman... O cinema explora essa saudade e lança filmes e séries com temática dos anos 80/90, atraindo os saudosos que através dos filmes, revivem o ar daqueles tão mágicos dias.
Os tempos mudam, e o celular da noite para o dia, extinguiu quase que por completo os aparelhos que menciono; em vias de se tornar um órgão externo na maioria de nós, não conseguimos nem ir ao banheiro sem o celular, e até mesmo os trajes de festa, vestidos de noiva e de madrinhas estão vindo com bolsos embutidos para se colocar o inseparável aparelho... Muito triste e preocupante...
Eu tento não me surpreender com a ciência, busco estar informada das inovações e me esforço para não surtar com elas, mas estou muito surpresa, para não dizer assustada, com a novidade que se descortina aos poucos...
Já ouviu falar de comida impressa? Não é apenas roteiro de filme futurista e pós apocalíptico, a realidade é viável e bem contemporânea... As pesquisas não são novas, principalmente com carnes; já havia uma pesquisa onde era retirada células tronco de um animal e cultivada em laboratório para se produzir a replicação dessas células, e criar assim, um bife sem precisar da criação massiva de animais para abate.
A ideia do hambúrguer “In vitro” tem mais de uma década, precisamente 12 anos que o primeiro hamburguer feito em laboratório veio a público; é claro que a ideia não nasceu da conscientização pelo sofrimento do animal, e sim da realidade cada vez mais assustadora de que a criação de gado está destruindo nossas reservas e que a Terra caminha para um colapso; e se isso soa alarmista demais para você, talvez precise largar seu osso, sair da zona de conforto e se informar...
E acreditem, para produzir o bifão impresso, nem se usa células de animais, a maioria deles está sendo criado com proteínas vegetais, sim, essa mesma que os vegetarianos comem e que os carnistas acreditam não serem suficientes para suprir as necessidades físicas. Com essa proteína vegetal, onde se incluem vários grãos, é criada uma pasta e com o programa certo, pode-se criar um bife no capricho...
E vale para qualquer alimento; bolos, tortas, pizzas... Mas não se anime, uma impressora dessa, ainda não cabe na sua cozinha, ou no seu orçamento, além de que serão necessárias as pastas de alimentos, ou seja, a matéria prima para se “imprimir” esses alimentos... No final, sairá muito “mais caro o molho que o peixe”, se é que me entendem... e me desculpem peixinhos pela frase nada vegetariana...
Essas invenções alarmistas me fazem pensar o quão os cientistas investem no fim do mundo, mesmo que nosso mundo ainda esteja aqui, lindo e verdejante há sempre aquele ar de fim dos tempos pairando nos laboratórios; isso equivale a investir bilhões procurando um mundo habitável para quando o nosso for destruído pela humanidade, quando esses mesmos bilhões poderiam salvar nosso mundo...
Mas, definitivamente esse será o roteiro da Terra se não mudarmos; dentro em breve, daqui alguns séculos, talvez pouco menos, a terra deixará de suprir nossas necessidades, deixará de produzir alimento suficiente para todos seus habitantes. Isso é um fato mais que comprovado, exaustivamente alertado pelos cientistas...
A ideia de se imprimir carnes, nasceu da necessidade de diminuir a produção de animais para abate e com isso o desmatamento. Mas, se vivemos em um mundo onde o dinheiro pode tudo, e 90% da população não concebe a ideia de se alimentar sem carnes, o normal é incentivar o desmatamento para criação de gado e a pulverização cada vez maior de pesticidas que estão acabando com nossas abelhas; sem rios, terra fértil e sem polinizadores, sem dúvida, já dá para antever o final...
E você, deixaria de comer carne de animais e comeria a carne impressa? Sabemos a resposta, dá até para ver os aficionados por carne, torcendo o nariz para a ausência do odor e sabor da morte do produto impresso... então sigamos destruindo nosso mundo, arrancando nossas árvores, secando nossos rios, reclamando da falta de chuva e da escassez de água nas torneiras...
Imprime pra viagem, ou imprimi na viagem, pois que talvez, dentro de alguns séculos, uma minoria de nós possa ver a Terra moribunda lá do espaço, enquanto a nave se afasta em busca de um mundo novo para destruir...
Vanderli do Carmo Rodrigues