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Psiquiatra investigado por importunação sexual contra pacientes em Marília também atua no CAPS de Garça

Garcense relatou em entrevista à rádio ter sido vítima de importunação sexual durante consulta no CAPS de Garça

Por: Redação Fonte: Garça em Foco
16/10/2025 às 14h49 Atualizada em 17/10/2025 às 08h38
Psiquiatra investigado por importunação sexual contra pacientes em Marília também atua no CAPS de Garça

Um médico psiquiatra que presta atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Garça está sendo investigado pela Polícia Civil por suspeita de importunação sexual contra pacientes. De acordo com reportagem do programa Fala Cidade, da Rádio Itaipu FM, de Marília, ao menos oito mulheres afirmam ter sido vítimas do profissional durante consultas. O caso é apurado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Marília.

Em entrevista à Itaipu FM, uma das vítimas — moradora de Garça — relatou que procurou atendimento gratuito no CAPS na cidade e foi surpreendida por atitudes inadequadas do médico. Segundo ela, o profissional tentou abraçá-la, puxou-a pelo braço e a beijou no rosto sem consentimento. “Ele tirou a máscara (pois era na época da Covid), me puxou pelo punho, me abraçou contra a vontade e deu um beijo no meu rosto. Foi tudo muito rápido, eu só queria sair dali o quanto antes”, contou, com a voz alterada para preservar sua identidade.

A mulher também afirmou que o médico chegou a pedir seu número de telefone e a convidou para tomar vinho, comportamento que classificou como assediador. A advogada Francielle Bueno, que representa uma das denunciantes, declarou ao programa que as vítimas apresentaram relatos muito semelhantes, o que reforça a gravidade das denúncias.

De acordo com o G1 e a TV TEM, várias mulheres já prestaram depoimento formal à polícia. A delegada Darlene Rocha, responsável pela investigação, informou que os relatos descrevem abraços forçados, tentativas de beijo e comentários de cunho sexual durante ou ao final das consultas. “Elas chegam muito abaladas, se sentem culpadas. Procuram ajuda médica e acabam enfrentando uma situação de violência”, afirmou à emissora.

O Marília Notícia publicou reportagem confirmando que o psiquiatra teria praticado os abusos tanto em consultas particulares quanto em atendimentos pelo SUS. O portal destacou que, após a primeira denúncia vir a público, outras mulheres se manifestaram nas redes sociais relatando experiências semelhantes com o mesmo profissional.

Em resposta ao Garça em Foco, a Prefeitura de Garça confirmou que o psiquiatra atua no CAPS municipal por meio de contrato terceirizado com a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB). Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde declarou que não havia recebido denúncias até a veiculação das reportagens, mas que, após tomar conhecimento do caso, solicitou à AHBB o afastamento do profissional.

A AHBB, responsável pela gestão do CAPS, informou ao Garça em Foco que tomou conhecimento do caso pela imprensa televisiva e que ainda não recebeu nenhuma denúncia formal de pacientes. A entidade comunicou ter encaminhado a situação ao seu departamento jurídico “para orientação sobre a conduta correta a ser adotada”.

O crime de importunação sexual, previsto no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro, prevê pena de um a cinco anos de prisão, podendo ser agravada se a vítima estiver em situação de vulnerabilidade — como ocorre em casos de atendimento médico ou terapêutico.

A Delegacia de Defesa da Mulher de Marília segue colhendo depoimentos e orienta que outras possíveis vítimas procurem a delegacia para registrar ocorrência. O atendimento é sigiloso e acompanhado por equipe especializada.

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