
Continuando a etapa desta viagem à Bolívia, da semana passada...
Saímos da cidade de Potosí em direção a Uyuni (pronuncia-se Udíuni), ambas na Bolívia. Eram 220 quilômetros de rípio, e que se encontravam em fase inicial das obras de asfaltamento. Naquele momento, o país era mais arcaico do que é hoje, e apegado às vestes e seus seculares costumes regionais, algo ainda mais evidenciado nas estradas secundárias como esta, por exemplo. A Bolívia impressiona pela sua variedade geológica, e ainda mais acentuadamente em suas regiões de Cordilheiras, através de zonas instáveis quanto à possibilidade da ocorrência de abundantes terremotos. Merece atenção também pelas formações rochosas únicas, cujas colorações e tonalidades eram de diversos espectros que podiam ser facilmente notadas. A estrada cortava inúmeros vales, pequenos rios e por chamativas formações petrosas. Podia-se observar vários grupos de lhamas totalmente soltas aqui e ali, pastando tranquilamente, trazendo mais graciosidade, e reforçando mais ainda à típica imagem andina do local, tudo somando-se na composição de belíssimas paisagens.
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Lembra um rocambole: https://photos.app.goo.gl/p98TeyAf6N1mJRaY9
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Comemoramos meu aniversário à base de Fanta e bolacha de chocolate, em uma singela pracinha que fica no pequeno vilarejo chamado Chaquilla. Quer aniversário melhor? Na estrada, no lombo de uma moto, vivendo uma aventura pura, e ladeado por pessoas que eu jamais havia visto, e que sequer tornarei a vê-las, novamente. Todas vivendo as suas rotinas.
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Ao aproximarmos de uma barreira com o trânsito parado, onde o asfalto estava sendo construído, notei uma caminhonete que carregava algumas mulheres na caçamba, fazendo movimentos provocativos. O Ramon e o Germano conseguiram ultrapassá-la, mas quando chegou a minha vez, o motorista não permitiu que eu também me posicionasse à sua frente. Mesmo em um ponto onde a estrada havia se estreitado, ele agia de forma maliciosa, sempre manobrando visando bloquear minha ultrapassagem a qualquer custo. Logo a estrada foi liberada e o tráfego voltou a fluir, mas ele continuava jogando o veículo de um lado para o outro, impedindo qualquer tentativa que eu fizesse, mesmo que mais rápido, em ultrapassá-lo. Estava claro que com esse tipo de motorista mal-intencionado, se eu tentasse emparelhar, ele não hesitaria em me jogar para fora da pista. E, convenhamos, num confronto entre carro e moto, as chances são completamente desiguais. Naquele primeiro bloqueio, eu não consegui passá-lo. Mas, na próxima parada... ahh, aí sim! Eu já estava P. da vida. Aproveitei uma brecha, o passei bem devagar, mas ele agora evitava olhar na minha direção. Parei bem na frente da sua caminhonete. Só para lembrar: as estradas de terra dos países vizinhos são em sua maioria cobertas por rípio, que é uma camada de pedras britadas, de tamanho considerável e pesada. Quando liberaram o tráfego novamente, engatei direto a segunda marcha, me mantive em pé no chão, e acelerei com gosto e sem medo de ser feliz. Fiquei ali por um tempinho a mais, mandando ver no acelerador e pedras voando para tudo quanto é lado. Ao nos aproximar de Uyuni, e antes de chegarmos à cidade, paramos para contemplar o entardecer, observando o Salar desde o alto de uma elevação, à beira da estrada. E eu, ligado, sabia que a camionete deveria chegar logo. Quando o avistei, fiz todo um gestual, agachando como quem estivesse pegando uma enorme pedra no chão. Conforme ele se aproximava, eu fazia menção a estar limpando a areia das mãos, uma de cada vez, passando a “pedra” de uma mão para a outra. Sem me intimidar, fui indo em sua direção, e em posição de quem iria arremessar a pedra, até que ele passou devagar, me lançou um tímido cumprimento, e depois seguiu o seu caminho, agora beeem pianinho. Existem horas em que a estrada exige que você, de alguma forma, se imponha, sob pena de que outros condutores mal-intencionados o usem para saciar seus recalques.
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Seguimos até a cidade, arrumamos um hotel e retornamos ao Salar a tempo de ver o pôr-do-sol, desde o famoso Hotel de Sal Playa Blanca.
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Eu havia estado neste mesmo local ano anterior, mas desta vez nos deparamos com o hotel fechado, funcionando somente durante o dia para visitação e venda de artesanatos feitos de sal. Na verdade, já estive no Salar em quatro ocasiões, sendo que em cada uma delas, encontro o hotel em condições diferentes. Embora já tenha postado fotos de outras viagens, sempre é bom postar outras novas em diferentes momentos e ocasiões. Após algum tempo, fomos embora para Uyuni, onde logo pela manhã, voltamos ao Salar.
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Seguimos para as Islas del Pescado e Incausi, que distam aproximadamente 66 quilômetros em perfeita linha reta, da entrada do salar. É algo surreal pilotar ali! Andamos a boa velocidade (150 km/h) por um bom tempo e em terreno absolutamente plano. Atenção extra deve ser dada aos “ojos de sal” (olhos de sal), pequenos buracos de onde brotam água no meio do salar. Aproveitamos para fazer uma sessão de fotos e vídeos inusitados, pois a imensidão branca do salar permite que se brinque livremente com as perspectivas da imagens. De volta à cidade, nos deparamos com uma feira de produtos locais e variados, que se estendia por quase toda avenida principal. Aos berros, alguns vendiam até o DVD da “histórica” vitória de 6X0 do selecionado boliviano sobre a Argentina.
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No dia seguinte partimos rumo ao sul, para o Chile por estradas bastante complicadas e em altitude.
Até a próxima!
Ter uma alma de viajante é poder explorar além de pontos turísticos, é se aprofundar na cultura local, é abraçar a essência de cada destino, e isso é o que torna cada viagem verdadeiramente memorável.
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