“Que faaaase”. Aproveitando o famoso bordão do narrador esportivo Milton Leite, até esquecemos de falar do carnaval. Tradicionalmente todos os anos, abrimos espaços na coluna, para referendar a maior festa popular brasileira. Também puderas. O momento que estamos passando com esta pandemia do coronavírus, nos levou a isto. Foi a primeira vez que não teve a festa do carnaval no Brasil, desde quando a folia aqui chegou no período colonial, a partir do ano de 1530.
Nem mesmo as guerras mundiais (1914 à 1918 e 1939 à 1945) e a terrível gripe espanhola (1918 à .920) cancelaram o carnaval. Pelo contrário, o carnaval de 1919, é reconhecido pelos historiadores até hoje, como o maior de todos os tempos. Este ano não foi possível. O carnaval passou e ninguém viu. Em 2.022 irá acontecer? Só tempo e a vacina poderão dizer.
Era comum reproduzirmos as tradicionais marchinhas carnavalescas, que na atual conjuntura não iria dar samba. Então aproveitando um post do são-paulino Marcos Fidêncio, reproduzimos a memorável crônica de Vinicius de Moraes.
“Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais
Brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas
Foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando
Cantigas de amor
E, no entanto, é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida
Feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza
Dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando
Seu canto de paz
Seu canto de paz”
Para matar um pouco de saudades, recordamos flagrantes dos bons tempos do carnaval garcense do passado. Dois foliões e passistas de categoria: José Luiz “Português” e o Claudiomiro da Silva Vicente, o “Sarará”. Sem falar que eles foram bicampeões amadores jogando no Induscômio, nas temporadas 72/73. Uma dupla de atacantes boa de bola.
Veja o Zé Luiz, como mestre sala da Escola do Grêmio Teatral Leopoldo Fróes, na rua Carlos Ferrari, com a porta bandeira Rita. Já o mestre sala Sarará, ao lado da filha Liliam, e da porta bandeira da Escola de Vila Salgueiro, aguarda o momento para mostrar sambar na Carlos Ferrari.
Na outra foto, o Induscômio campeão. Em pé da esquerda para direita: Fontes, Osni, Corinho, Washington, Reinaldo Portelinha, Silvio “Goiano” Peres e Carlão. Agachados: Zé Luiz, Sarará, Béia, Jonas Zago e Péba. No outro flagrante, veja em foto recente, o Zé Luiz e o Sarará, dois craques da bola e do carnaval garcense.
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