As altas temperaturas somadas à falta de chuvas formam a combinação perfeita para acender o alerta sobre o consumo de água. O Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Garça- SAAE, através de seu diretor superintendente, André Pazzini Bomfim, está preocupado com a situação e apela para a conscientização da população.
De acordo com o diretor, em outros tempos, somente a captação do Córrego do Barreiro ficava entre 400 e 440 mil metros cúbicos de água, por hora.
Agora, somando-se os 200 mil metros cúbicos do Aquífero Guarani e a vazão do Córrego do Barreiro, a captação está em torno dos 300 e 340 mil metros cúbicos por hora, uma queda de cerca de 100 mil litros por hora.
“É uma situação difícil e solicitamos a compreensão de todos quanto ao consumo na cidade”, disse ele, mostrando a Adutora B1 do SAAE, com as águas de captação do Aquífero Guarani, o novo povo tubular profundo, perfurando recentemente pela autarquia.
“Temos aqui (na B2) o nosso posto de captação, onde temos as águas do Aquífero Guarani e também, aqui ao lado temos as águas do Córrego do Barreiro. É importante dizer que hoje as águas do Aquífero Guarani representam, para a gente, mais da metade do que captamos de água, de água superficial”, explicou o diretor.
Segundo ele, no Aquífero a autarquia tem uma vazão de 200 mil litros de água por hora, enquanto no Córrego do Barreiro, em momentos diferentes do dia, a captação oscila entre 130 e 120 mil litros por hora .
Bomfim salientou que a cidade, assim como o estado paulista e o país, vive um momento de escassez hídrica superficial.
“De acordo com os dados que temos, desde o início da série histórica, em 1938, estamos vivendo o pior momento pluviométrico, ou seja, não chove. Para se ter uma ideia, em dezembro de 2023, choveu apenas 10% da média. Já choveu 26 milímetros, conforme os nossos dados”, informou o diretor, salientando que o cenário leva a uma situação de muita preocupação, cuja gravidade pode ser amenizada com a conscientização da população.
“A gente aproveita para pedir conscientização da população. Por mais que tenhamos aqui o nosso poço. Por mais que tenhamos os nossos recursos, temos sofrido também com muitas quedas de energia, não só em Garça, mas em todos os locais do estado em todos os locais do país. Isso atrapalha muito o abastecimento”, acrescentou.
Para André Pazzini Bomfim, o contexto atual, apesar da gravidade, pode ser citado como normal, mas precisa ser enfrentado.
“É normal, faz parte a gente passar por isso, mas a gente também precisa contar com a conscientização de todo mundo neste momento. Neste momento de calor”, frisou ele, comentando que, neste momento de calor o consumo de água aumenta muito.
“Estamos falando de um momento de calor excessivo, setembro agora vem com uma onda de calor de 40 graus e uma seca também. Ou seja, uma combinação muito ruim. Antes dessa época do ano a gente estava falando de estiagem de seca, mas com temperaturas muito mais baixas que essas . Hoje a gente está falando de estiagem de seca, mas não é uma estiagem de seca desde maio, junho. A gente está falando de uma estiagem de seca de não chover, desde o ano passado. Não chove. Então é um dado muito preocupante e um momento de grande preocupação, de grande alerta. Temos o recurso. Se não tivéssemos estaríamos enfrentando um problema histórico na cidade de Garça”, frisou o diretor da autarquia.
Recursos
Além do poço do Aquífero Guarani, André Pazzini Bomfim informou que o SAAE também capta água no Adrianita, de poço subterrâneo. No local tem um poço tubular profundo.
“Na B2 nós também temos as captações. Para vocês terem uma ideia, a nossa represa, na Cascata, e os nossos drenos também estão com uma vazão .muito baixa. Não chove e você não consegue ter uma recuperação efetiva desse manancial , então é muito complicado”, explicou.
Segundo o diretor, no Distrito de Jafa também existe um poço que desempenha papel importante nesse cenário. Desde 2022, de acordo com ele, Jafa possui água completamente diferentes de antes.
“Hoje nós temos apenas um poço. É um poço misto que trabalha no Aquífero Bauru e Serra Geral e a gente consegue ter, em Jafa, uma vazão, até maior que o necessário. No entanto, é importante lembrar que, não é porque temos isso que vamos usar de forma indiscriminada, a conscientização é sempre importante”, finalizou ele.
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