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Lobão: um grande zagueirão

Nesta Coluna, Tico Cassola rende homenagens ao um dos grandes jogadores do futebol suíço, o Luiz Carlos Soares, o conhecido Lobão.

Por: Francisco Alves Neto Fonte: da redação
15/05/2023 às 10h12 Atualizada em 15/05/2023 às 10h17
Lobão: um grande zagueirão
Lobão durante encontro com o ídolo Zé Maria

Hoje a coluna homenageia um dos grandes jogadores do futebol suíço, literalmente. Estamos falando de Luiz Carlos Soares, o conhecido Lobão. Um jogador típico do futebol suíço, dos campos de terra, aquele zagueirão raiz, que foi um dos destaques da modalidade, na sua época.  Como sempre falo, se não fosse eles, tradicionais peladeiros de antigamente, que “comeram muita poeira”, nos campos atrás do Hospital São Lucas, o futebol suíço não seria o que é hoje.

Tudo começou lá, ao lado do cafezal da Fazenda Cascata, onde tinha o Campo dos Escoteiros, Eletrônica, Independente, Kussumoto, e o primeiro, que ficava no interior do Bosque Municipal. Por ali desfilaram muitos jogadores que “seguraram a peteca” numa fase bem difícil, ainda em formação, com somente jogadores da cidade. Paralelamente o futebol de campo estava em evidencia, era o carro chefe. 

E o Lobão estava neste meio. Defendeu por muito tempo somente dois times: Independente e Eletrônica. Sempre atuando como zagueiro, na lateral direita ou esquerda. Tinha muita vitalidade, e com um preparo físico invejável, praticamente corria os noventa minutos de jogos. 

Sabia bater firme na bola, e quando avançava, passava do meio de campo, dava cada “bomba” para o gol. O goleiro nem via onde a bola entrava. Segundo o Danilo Pozzer, colega de time, as vezes furava até a rede. Numa ocasião, o Lobão protagonizou um lance inédito no jogo Independente x Kosminho, jamais acontecido (veja no capitulo abaixo)

O Lobão foi tri-campeão da modalidade: no Independente, nos anos de 1982 e 1983. Depois com o fim do Independente, foi jogar na Eletrônica, sendo campeão no ano de 1994. Ficou no time comandado pelo Carlão e Carlinhos até o final da agremiação. Depois, o Lobão, decidiu também, pendurar as chuteiras.

Veja uma das formações do Independente campeão, que posou para a posteridade no campo de pelada do Garça Tênis Clube. Em pé, da esquerda para direita: Alcides Vaz, Telêmaco, Dr. Jair, Toninho Peres, João Peleteiro, Ricardo Martinez, Lobão e Adalberto. Agachados: Danilo, Haroldinho, Washington “Cateto”, Jair de Marchi, Valdir Tramontini e Dr. Joaquim.    

BOLA 

ESTOURADA 

No campeonato municipal de 1982, Independente e Kosminho, disputavam o clássico da rodada, no Campo dos Escoteiros. 

Quem organizava a competição era o esportista Galdino de Almeida Barros, com apoio da então CCE/Comissão Central de Esportes. O jogo valia a liderança, e os dois times eram rivais, desde os jogos das “peladas” do Garça Tênis Clube. 

Pois bem. Não é que o juizão designado para apitar o confronto ficou doente no sábado à noite e não pode ir. No domingo bem cedo, o Galdino, por volta das 7h15, aparece na minha casa me “intimando” para eu apitar. Confesso que até deu aquele frio na barriga.  Mas como eu sempre colaborava, peguei o apito, os cartões e encarei a parada. 

O jogo transcorria normalmente, pegado e bem disputado. Bola pra lá, bola pra. Até que num bate rebate, a bola espirra e vai em direção o meio de campo. De um lado vem o Lobão correndo, do outro vem o também zagueirão João Carlos, preparado para o chute. Eis que os dois gigantes dão uma tremenda imprensada. Eu perto do lance, só escutei o barulho do estouro, parecido com uma bomba. A bola simplesmente explodiu, murchou e só foi poeira subindo. 

Tanto o Lobão como o João Carlos ficaram estáticos, um olhando para a cara do outro, boca aberta e perplexos. Eu como juiz, o que fazer? Num primeiro momento pensei até em expulsar os dois, pois eles simplesmente acabaram com o jogo. Brincadeiras à parte, solicitei uma nova bola, bola ao ar, o jogo seguiu normalmente. 

O placar final apontou empate em 2 a 2. A “finada” bola do jogo fiz questão de guardar como recordação, depois de costurada. Na última semana, promovemos o encontro do Lobão e João Carlos, protagonistas do inédito lance, que entrou para a história do futebol suíço garcense.

AMIGOS x CORINTIANOS 

Além de um bom papo, o Lobão é um profundo conhecedor do futebol. Uma ótima memória, sabe das escalações, resultados, campanhas, títulos, etc, principalmente quando o assunto é o Corinthians. E também dizem, é um bom pescador. Aí já não sabemos. O Lobão é presença certa nos eventos esportivos da cidade. 

Um que não falta é o tradicional “Encontro dos Corintianos”. Até porque é um fiel torcedor corintiano, mais um do bando de loucos. No flagrante quando encontrou o ídolo e goleiro Waldir Peres, juntamente com o filho Ariel.

Se o time da Eletrônica acabou, os jogadores e dirigentes remanescentes continuam se encontrando até hoje (foto). Até porque eles têm muitas histórias e causos para contar. Quanto ao Lobão, tempos atrás, sofreu uma pequena “contusão”, estando no Departamento Médico (DM). 

Mas como um bravo guerreiro em campo, vem enfrentando um complicado adversário e se superando a cada dia que passa, seguindo firme e resoluto, em franca recuperação. E já está virando o jogo, rumo a mais uma vitória, que virá em breve. O Lobão está com pensamento positivo, focado, e logo, logo, voltará a bater aquele mesmo bolão de antigamente. Só não pode estourar a bola novamente. 

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