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Garça se despede de Agamenon: o futebol guerreiro

Nesta coluna, Tico Cassola lamenta a morte do lateral Agamenon, um dos grandes jogadores que mais vestiram a camisa do Garça

06/02/2021 às 11h44 Atualizada em 06/02/2021 às 12h06
Por: Francisco Alves Neto Fonte: Da redação
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Agamenon e Valdir Peres
Agamenon e Valdir Peres

Com certeza ele está entre os jogadores que mais vestiram a camisa do Garça: Agamenon Soares Galvão, o ex-zagueiro que chegou em Garça para não sair mais. Na noite da última quinta feira partiu para um plano superior. Deixou os gramados da terra definitivamente. Foi “convocado pelo Grande técnico” para acertar a defesa do time lá de cima. E que reforço de peso a zaga ganhou. Uma coisa é certa: vai ser mais difícil a rede balançar.

A cidade ficou mais triste. Os esportistas em geral, amantes do futebol dos bons tempos do Garça, lamentam o falecimento do Agamenon, que agora virou um eterno ídolo. O Agamenon foi um daqueles jogadores que chegou em Garça e não saiu mais. A raça deste nordestino, nascido no dia 01/12/1938, na cidade de Quebrangulo, Estado de Alagoas, se engajou plenamente em nossa comunidade, em todos os aspectos.

No trabalho “forte que nem um ferro”, até porque foi um excelente ferreiro. No futebol, um estupendo zagueiro, com muita raça em campo. Vestiu a camisa do Garça com muito amor e carinho. A sua trajetória no futebol profissional foi estupenda: uns 20 anos, entre as décadas de 50 e 60, época romântica do esporte bretão na cidade. Está num seleto grupo de jogadores, que fez parte dos memoráveis esquadrões do Garça Esporte Clube e Garça Futebol Clube.

A sua dedicação era tamanha que sempre foi titular absoluto na lateral direita. Numa ocasião, ao disputar um lance, trincou o osso da perna. Não se fez de rogado, nem pediu substituição. Jogou praticamente todo o segundo tempo com a perna quebrada. Assim que terminou o jogo foi direto para o hospital engessar a perna. E contente da vida, nada de reclamação e dor, pois o Garça conseguiu uma importante vitória diante do São Bento, de Marília, no tradicional e mais esperado derby regional.

Recordamos uma das formações do Garça EC. da temporada de 1.958, na época comandado pelo técnico Moacir. Em pé da esquerda para direita: Agamenon, Aldo, Adilson, Xisto, Altamiro e Dadico. Agachados: Haroldo, Vicentinho, China, Cecy e Plínio Dias.

Como um grande futebolista, depois que encerrou a carreira no profissional ainda se aventurou na várzea e teve uma rápida passagem no futebol suíço, na época do “terrão”, nos campos atrás do Hospital São Lucas. Aí já veterano, por puro lazer, mas com o mesmo futebol de antes, de muita garra e disposição. Não podemos esquecer também que sempre colaborou com as entidades sociais da cidade. Num trabalho prestativo e voluntário.  

Na outra foto ao lado do goleiro Waldir Peres, que ele viu crescer no futebol. Neste encontro o Waldir relembrou que quando começou a treinar no gol do Garça, não gostava de defender os chutes do Agamenon. “Ele batia bem e muito forte na bola. Era cada canudo que as vezes nem via a bola passar. Com o Agamenon aprendi muita coisa, que muito me ajudaram na minha vida de goleiro”, declarou.

No outro flagrante, quando foi homenageado no Garça Tênis Clube, por ocasião de mais uma edição do campeonato de pênaltis, promovido pelo esportista Enéas Filho. Na ocasião ele também cobrou um pênalti, e marcou o gol no corintiano Ricardo Conessa, improvisado de goleiro. Também foi homenageado no futebol suíço. Outra bonita lembrança foi no suíço master de 2009, quando o troféu de campeão levou o seu nome.  

Como bem disse o são-paulino Dr. Caio de Almeida, e amigo e fã de carteirinha de seu futebol: “Realmente a cidade hoje chora. O Agamenon, dentro da simplicidade era uma pessoa encantadora. Garcense de excepcional personalidade defendeu com a alma a sua terra.  Profissional dotado de postura invejável, sério, responsável, de honestidade exemplar. Naturalmente, será lembrado como exemplo de cidadão probo. Meu amigo, que Deus o tenha”.

Aos familiares do Agamenon a nossa solidariedade. Podem ter certeza de que a sua jornada foi cumprida com muito amor e afabilidade a família, amigos e os fãs do futebol. Agora o Agamenon “subiu” e foi jogar bola lá no céu. Mas ficará por todo o sempre incrustado no carinho, no coração, na ternura e na sinceridade do nosso cantinho da saudade.                                                                                   

 

WANDERLEY “TICO” CASSOLLA

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