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“A escolha que salva”

Homilia do 27º Domingo Comum

26/09/2020 às 16h46
Por: Francisco Alves Neto Fonte: Da redação
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“A escolha que salva”

Eles nos precederão

           Um pai que confia nos filhos e abre possibilidades de participar de sua vida. E como resposta tem o desconhecimento. Jesus conta uma parábola dos dois filhos que recebem ordem do pai para irem trabalhar em sua vinha. Um diz sim e não vai, o outro diz não, mas, refletindo melhor, vai. Está comparando com a resposta que os chefes do povo dão a Deus. Deus o escolheu e lhe deu uma missão. Por sua vida e procedimento deram uma resposta negativa. Os pecadores, cobradores de impostos e prostitutas, por sua vida, davam uma resposta negativa, mas acolheram Jesus e creram Nele. Por isso precederão aos escolhidos de Deus que não responderam crendo em Jesus. Os pecadores creram e se arrependeram. Os sumos sacerdotes e os chefes não creram e nem mudaram de vida. Vemos na Igreja uma religiosidade que não penetra o coração e causa um fechamento à proposta do Reino que tocaria profundamente suas vidas. Não houve conversão. Para nós, que pensamos que vivemos o Reino de Deus, essa parábola nos leva a refletir sobre as permanentes propostas de Deus para nossa vida cristã na comunidade e, mesmo não negando abertamente, tomamos atitudes de quem desconhece. Como se diz: “O assunto não é comigo”. O que dá vigor ao Evangelho é a resposta dada com radicalidade. A primeira leitura mostra que Deus perdoa quando há conversão. E, se vivermos mal, passamos para a desobediência e perdemos a graça e a salvação.

Ter os sentimentos de Cristo

           Paulo, nessa carta aos Filipenses, se debruça sobre o mistério de Cristo numa grande meditação de sua condição Divina que se encarna e vai ao extremo, a morte. O texto não é da teologia de Paulo. É um hino que o encantou. É a grande reflexão sobre a aniquilação (kénosis) que Cristo faz para salvar a humanidade e comunicar sua vida e sua graça. Vemos aí a força de reflexão dessa comunidade. Compreendeu que a Encarnação não é a bela festa de Natal, mas é o tremendo abaixamento do mistério de Deus que se abre ao mistério do homem perdido pelo pecado. É o mistério da obediência que ouve a vontade do Pai e vai ao extremo em sua realização. “Por isso Deus o exaltou e lhe deu um nome que está acima de todo nome” (Fl 2,9). Paulo descreve que essa é a atitude que nos faz ter os mesmos sentimentos de Cristo que é o modelo da vida da comunidade. Somente assim vamos construir uma Igreja que pode ter força de mudar o mundo. Não é essa a mentalidade do mundo. As pessoas que melhor serviram o mundo foram as que pensaram mais nos outros. Somos assim conhecidos por nosso Pastor, como cantamos na aclamação ao Evangelho: “Minhas ovelhas escutam minha voz e eu as conheço. Então elas me seguem”.

Que Deus se lembre

           Nesse contexto um pouco tenso, contemplamos Aquele que será nosso “terrível” juiz. Provocamos Deus para que se lembre e faça memória de sua bondade: “Recordai, Senhor e vossa compaixão que são eternas... lembrai-vos porque sois misericórdia e bondade sem limites” (Sl 24). Estamos em contínua reflexão sobre nossa condição de fragilidade e risco de nos perder no caminho de Deus. Por isso clamamos com força que cuide de nós e “não nos deixe cair em tentação e nos livre do mal”. Que tenhamos sempre os sentimentos de Jesus. Assim não corremos o risco de nos perder. Ele é a salvação. Saindo de nós, encontramos os irmãos aos quais vamos, como fez Jesus ao dar a vida.

Leituras: Ezequiel 18,255-28; Salmo 24; Filipenses 2,1-1; Mateus 21,28-32.

Ficha nº 2000 - Homilia do 27º Domingo Comum (27.09.20)

 

1. Uma religiosidade que não penetra o coração se fecha à proposta do Reino.

2. Os sentimentos de Cristo são o modelo da vida da comunidade.

3. Provocamos Deus para que se lembre, faça memória de sua bondade.     

Afundou sem afogar

 É bonito ver quem sabe se virar dentro d’água. Parece peixe dentro d’água. Deve ser triste se afogar. Estamos diante de Deus que nos dá o exemplo maior de viver na pessoa de seu Filho. A carta aos Filipenses faz uma apresentação de Jesus que mostra como se afundar sem se afogar e se perder. Em sua entrada no mundo para nossa , ele se afundou totalmente na condição humana. Para Ele não era problema nenhum se humilhar até o extremo: se fez homem, se fez escravo, se fez obediente até à morte e morte de cruz. Afundou mesmo. Por isso Deus O exaltou. Não vai haver subida, se não houve essa descida, como fez Jesus.

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