O padre José Carlos Dias Toffoli, irmão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, está sendo afastado da chefia da Paróquia Sagrada Família, em Marília, a partir do dia 1º de dezembro deste ano.

O pedido de afastamento teria sido feito pelo próprio padre, segundo a Igreja Católica.

A motivação oficial do recolhimento de José Carlos seria a busca por um “tempo para descanso, fortalecimento espiritual, apostólico e também de estudo”.

Contudo, alguns veículos de comunicação – inclusive da chamada grande imprensa – têm associado o afastamento do cônego à notícia recente de que ele teria se tornado sócio do Tayayá Aqua Resort, localizado em Ribeirão Claro/PR.

Há muito tempo circulam boatos em Marília de que o ministro Dias Toffoli seria sócio oculto do empreendimento localizado a 140 quilômetros de sua terra natal, informação que chegou inclusive aos membros da Operação Lava Jato.

Em setembro, O Antagonista revelou que dois irmãos do ministro do STF – José Eugênio e o padre José Carlos – passaram a deter 33,33% do complexo de lazer após um aporte de R$ 370 mil através de uma empresa aberta quatro meses antes, a Maridt Participações S.A.

“A notícia da sociedade chamou atenção dos fiéis, considerando que o religioso é padre desde 1983 e vive numa casa modesta no bairro Castelo Branco. O salário de um cônego varia entre R$ 2 mil e R$ 7,5 mil”, afirma reportagem do O Antagonista.

Em 2019, a revista Cruzoé revelou que o Tayayá, que recebe visitas frequentes do ministro mariliense, recebeu investimento inicial de R$ 2,2 milhões, após seu terreno ter sido adquirido por apenas R$ 40 mil.

Atualmente, seriam ao menos nove pousadas, além de 66 chalés e 100 apartamentos, seis restaurantes e um parque aquático em área com 108 mil metros quadrados. Segundo registro em cartório, a construção teria custado R$ 15 milhões.

A Câmara Municipal de Ribeirão Claro chegou a homenagear Dias Toffoli pelo apoio “decisivo” para a implantação do empreendimento turístico.