A Operação Red Flag, da Polícia Federal, atingiu cinco endereços de Vera Cruz e Garça e focou apuração de um ‘núcleo de corretagem’ do tráfico de drogas.

A PF aponta, assim, o empresário e advogado Luiz Eduardo Ottoboni como operador deste núcleo e relata relações muito próximas com mais investigados. Ele é dono de uma empresa de aviação agrícola em Vera Cruz.

Ottoboni, porém, é o único em prisão temporária com prazo de 30 dias, enquanto os outros cumprem prisão preventiva.

A lista de endereços inclui duas casas em Vera Cruz – a residência do empresário e o endereço de uma irmã-, além de duas propriedades rurais. Atingiu ainda hangar que a empresa de aviação agrícola usa.

Ottoboni teve a maior lista de endereços com ordem de busca entre os 16 mandados, empatado com Éder Bueno de Godoy, também com cinco endereços. Godoy é dono de aeronaves que, de acordo com a PF, fariam o transporte de drogas.

Segundo a PF, o empresário que, aliás, é pilot, tem “intrínseca relação com vários investigados”. Além disso, ele “conversa abertamente sobre o conhecimento que tem” do envolvimento de suspeitos com o tráfico de drogas.“

A representação policial diz ainda que ele é “experiente na negociação de aeronaves acima do valor de mercado para narcotraficantes”.

Aponta Ottoboni como comprador de uma das aeronaves de Eder, porém, registrou em nome de familiar. Além disso, mostra relação com o grupo por mediar e facilitar a solução do litígio judicial com dois dos acusados, bem como compra e venda de aeronaves.

O documento relata, inclusive, “importante informações” sobre “transações obscuras, fraudes processuais”. Também investiga movimentação de valores e “ocultação de patrimônio” por meio de pessoas interpostas

O caso tramita na Justiça de Birigui a partir de investigação da Polícia Federal de Araçatuba. Começou com apuração de envolvimento do piloto Fabrício Paterlini Conti na operação de aeronaves para o transporte das drogas.