A escassez de profissionais qualificados e comprometidos tem sido um desafio crescente para empresários de Garça, refletindo uma tendência que afeta diversos setores da economia local. As informações são do portal da ACIG — Associação Comercial e Industrial de Garça, que destaca relatos de empresários preocupados com a baixa adesão ao mercado de trabalho formal, especialmente entre os jovens da geração Z (nascidos entre 1997 e 2010).

Segundo o empresário Mauro José de Sá, o cenário atual é marcado por dificuldades na contratação de técnicos e pelo aumento da informalidade. “Não é mais o salário ou a carteira assinada que motivam. O colaborador precisa sentir que tem um papel importante dentro da empresa”, afirma.

Apesar da baixa taxa de desemprego no estado de São Paulo (6,2%), a realidade é que o mercado enfrenta resistência por parte dos jovens. De acordo com dados da FIESP e Senai-SP, apenas 11% dos jovens optam por empregos no setor privado — uma queda significativa em comparação à geração anterior. Em contrapartida, 58% desejam trabalhar por conta própria e 64% apontam falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional como um dos principais problemas do emprego formal.

Para o presidente da ACIG, Fábio Raniel, a dificuldade não está apenas na qualificação, mas no comprometimento. “Mesmo quem não tem experiência pode aprender. O problema é encontrar alguém disposto a crescer, a se desenvolver junto com a empresa.”

A situação atinge não só o comércio, mas também a indústria, serviços e o setor de tecnologia, o que acende um alerta para a necessidade de novas estratégias de atração e retenção de talentos, especialmente entre os mais jovens.