Um caso que chocou a cidade de Marília e agora reverbera com força em Garça, ganhou um novo desdobramento nesta quarta-feira (21). A jovem estudante de Medicina de 23 anos, encontrada morta na semana passada após ingerir veneno, pode ter sido vítima de um possível suicídio induzido. O Garça em Foco informa que todas as informações utilizadas na elaboração desta reportagem foram extraídas do conteúdo publicado pelo site Visão Notícias, que teve acesso exclusivo a um dossiê entregue pela família da vítima à Polícia Civil. (veja mais prints e imagens no final desta reportagem)
Segundo o portal, o caso agora envolve diretamente o ex-namorado da estudante — um universitário, natural de Garça, onde reside sua família. Pela gravidade das alegações e pela ligação com o município, o caso tem causado grande comoção entre os garcenses.
A família da vítima esteve na tarde desta quinta-feira (21) na Central de Polícia Judiciária de Marília, onde formalizou uma representação para que o caso seja investigado. Acompanhados por advogados, os familiares entregaram um dossiê com mais de 60 páginas, contendo diálogos e provas que, segundo a acusação, apontam que o jovem garcense induziu a companheira a interromper a gravidez, o que teria desencadeado um grave quadro de depressão.
O conteúdo do dossiê revela trocas de mensagens em que o rapaz teria pressionado a estudante a praticar o aborto, alegando que "não estava preparado para ser pai" e que, caso a gravidez fosse levada adiante, teria de abandonar a faculdade e trabalhar, por pressão da própria família.
De acordo com os relatos da família, em novembro de 2024, a jovem teria ingerido um medicamento abortivo em um quarto de hotel, em Marília. O remédio teria sido adquirido pelo namorado, o que está sendo investigado. A partir desse episódio, a estudante mergulhou em um quadro severo de depressão.
A jovem tentou reestabelecer o contato com o companheiro e, sem sucesso, até com membros da família dele. Ainda conforme a denúncia, o pai da estudante procurou o pai do rapaz garcense, pedindo ajuda para que o filho ao menos dialogasse com a jovem. A resposta teria sido fria e direta: "cada um cuida do seu filho".
Antes de tirar a própria vida, a estudante deixou mensagens de despedida nas quais afirmava "não suportar mais a dor emocional" e pedia desculpas por "não ter sido forte o suficiente", conforme relataram os advogados da família. Ela foi encontrada morta na semana passada, após ingerir veneno.
A Polícia Civil agora analisa se o caso será investigado como suicídio induzido, conforme previsto na legislação penal e na Lei Maria da Penha, por caracterizar possível violência psicológica e moral. O inquérito poderá ser conduzido pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) ou ainda por um dos Distritos Policiais da cidade de Marília.
O caso segue sendo apurado e mobiliza a opinião pública não apenas em Marília, mas também em Garça, onde o jovem é conhecido. A expectativa agora é pela manifestação oficial da Polícia Civil sobre os próximos passos da investigação. O Garça em Foco acompanhará o caso.