A aposentada Fátima Pleti, de 61 anos, que mora na cidade de Bauru, próxima a Garça, está entre as 100 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação nos ataques à Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano. Cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já opinaram pelo recebimento da denúncia, e caso um sexto integrante vote no mesmo sentido, Pleti pode se tornar ré. O caso tramita no Plenário Virtual do Supremo, e os demais ministros podem votar a qualquer momento.
Pleti é acusada de crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Ela organizou uma caravana de militantes conservadores de Bauru para participar dos atos de 8 de janeiro e acabou presa em flagrante dentro do Congresso Nacional pela Polícia do Senado. Segundo a denúncia, Pleti integrava o núcleo responsável pela execução dos atentados materiais contra as sedes dos Três Poderes.
Em juízo, a aposentada afirmou que organizou a caravana com o intuito de se manifestar pacificamente e que não teve intenção de ofender a democracia brasileira e tampouco de atacar as instituições nacionais. No entanto, o relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes, rejeitou a tese da defesa de que a denúncia é inepta e não aponta justa causa para instauração de ação penal. Ele também classificou a conduta de Pleti como "gravíssima" e ressaltou que as condutas e manifestações que buscam a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princípios republicanos são inconstitucionais e criminosas.
Até o momento, o JC (Jornal da Cidade de Bauru) não conseguiu contato com a advogada de Pleti. O marido da aposentada preferiu não se manifestar sobre o assunto. Pleti está presa desde sua detenção, há mais de 100 dias, e aguarda a decisão do Supremo sobre o recebimento da denúncia.