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“Encheu-se de Compaixão”

Homilia do 18º Domingo Comum

02/08/2020 às 15h21
Por: Francisco Alves Neto Fonte: Da redação
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“Encheu-se de Compaixão”

 Cinco pães

        Rezamos na oração da coleta: “Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade!”. A liturgia da Palavra desse domingo é um canto à bondade e a compaixão de Deus. A bondade de Deus não é somente um bem querer, um modo afável de lidar com as coisas, mas se manifesta em suas atitudes de misericórdia que envolve toda sua criatura. Essa não significa dó do sofrimento, mas uma ação concreta que resolve. Deus quer sempre o bem de seus filhos. Esse bem querer acontece em atos de libertação de algum sofrimento, ou conduzindo sempre a uma melhor situação. Essa manifestação de amor é para atrair ao mesmo modo de amar. A missão da Igreja não é criar um “estado espiritual com poderes divinos”, mas continuar o coração do Pai que envia o Filho e dá o Espírito para que o amor redentor de todos os males seja concreto e eficiente. O Pai bondoso sempre está a multiplicar seus cuidados para conosco: Um embornal com cinco pães e dois peixes, multiplicados pela misericórdia e compaixão, alimentaram cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. Por mais que se conjecture sobre o milagre, não podemos deixar de lado a grandiosidade da bondade misericordiosa de Deus. É a medida do coração de Jesus. Essa é a verdadeira devoção ao Sagrado Coração: Saber multiplicar o pouco em benefício de muitos. O salmo canta essa verdade: “Vós abris a vossa mão e saciais vossos filhos”; o Senhor é muito bom para com todos; sua ternura abraça toda criatura (Sl 144).

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Ninguém separa

         Esse amor misericordioso e compassivo nos une a Cristo de tal modo que nada nos separa Dele. Paulo experimentou esse amor de misericórdia quando foi escolhido para ser um anunciador da salvação a todos os povos. Escreve: “Sou grato para com Aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me concedeu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que em tempos passados fui blasfemo, perseguidor e insolente; contudo, Ele me concedeu misericórdia...; e a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, com a fé e o amor que há em Cristo Jesus” (1Tm 1,12-14). Paulo foi “vitimado” pelo amor de Cristo. Primeiro sentiu a misericórdia. E cheio de misericórdia partiu para o anúncio aos pagãos. Suportou tudo por amor no amor: Nada “será capaz de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus Nosso Senhor” (Rm 8,39). A fé cristã não é uma ideologia ou uma prática individual intimista, mas uma pessoa, Jesus Cristo, com quem estamos unidos assumindo sua vida e sua mentalidade. A Igreja não deve ser o centro, mas Cristo. Não pode estar voltada para si, para seus esquemas de doutrinas. Também, mas é voltada para o outro necessitado. Os bons e os fortes cuidem dos fracos que são os queridos de Deus. Sem isso presta um desserviço para a humanidade.

Vinde beber

         O profeta Isaías se faz anunciador dessa riqueza de Deus aberta a todos em extrema gratuidade e riqueza de bens que simbolizam o Reino de Deus. Deus pressiona fortemente a que todos venham alimentar-se de seus bens que são uma expressão da densidade de seu amor que jorra aos borbotões. Quem assumiu o Reino de Jesus está igualmente partilhando a riqueza de abrir a todos as condições de vida. O Reino só será verdadeiramente espiritual se for densamente humano e penetrar as realidades sofridas. Uns chamam isso de política. Nós chamamos de amor. Sempre!

Leituras Isaías 55,1-3; Salmo 144;Romanos 8,35.37-39; Mateus 14,13-21. 

 

Ficha nº 1984 - Homilia do 18º Domingo Comum (02.08.20)

 

1. A devoção ao Sagrado Coração é saber multiplicar o pouco em benefício de muitos.

2. A fé cristã não é uma ideologia ou uma prática intimista, mas uma pessoa, Jesus Cristo.

3. Quem assumiu o Reino de Jesus partilha a riqueza de abrir a todos as condições de vida.

 

É bom ser bom

 

         A liturgia de hoje parece um convite para uma festa: cardápios ricos com a generosidade do anfitrião. Jesus faz o milagre da multiplicação. E rendeu bem: de cinco pães e dois peixes para alimentar cinco mil famílias. Uma cidade inteira. O profeta faz uma oferta a quem não tem nada: água, alimento nem dinheiro. Tudo na faixa. Paulo ensina uma luta que vence tudo. Nada nos separa do amor de Cristo (a festa).

         O tempero é o amor misericordioso de Deus. Deus é escandalosamente bom. Não tem jeito de encontrar “ridiquece” Nele. É abundante. Com pouco faz uma grande receita. E tudo para todos. Ninguém está excluído.

         Aprendemos Dele nessa celebração que a religião só existe quando levamos adiante o amor misericordioso que se preocupa com todos. Sem isso... somos os piores do mundo.

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