A prefeita eleita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota), recebeu ataques racistas às vésperas e após a votação do segundo turno, realizada neste domingo (29). As ofensas foram postadas no Facebook e também em grupos de WhatsApp. Ela é a primeira mulher negra a assumir o Executivo bauruense em toda a história.
Um boletim de ocorrência (BO) foi registrado como injúria racial e a Polícia Civil iniciou uma apuração preliminar com o objetivo de identificar o autor ou autores das postagens.
"Já fizemos contato com a assessoria da prefeita eleita e ela será ouvida, assim como outras pessoas que tiverem informações que venham a corroborar para a produção de provas. Depois, em sede de inquérito policial, haverá a imputação criminal em relação ao responsável ou responsáveis pelas veiculação destes conteúdos", adianta o delegado Eduardo Herrera, titular do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Bauru.
Em um comentário a uma postagem no Facebook, um usuário escreveu: "Bauru não merecia ter essa prefeita de cor com cara de favelada comandando a nossa cidade. A senzala estará no poder nos próximos quatro anos".
Em outra mensagem veiculada por WhatsApp, uma pessoa - cujo número de celular já pode ter sido identificado - disse que "essa gente de pele escura, com cara de marginal, administrando a cidade será o fim".
Os ataques racistas também aparecem em outras mensagens, incluindo a que o agressor afirma que "essa gente de cor, representada por essa tal Suéllen, não vai saber administrar a cidade, não tem competência". Os conteúdos foram "printados" e encaminhados à prefeita eleita por pessoas próximas a ela.
'Jamais me silenciarei. É inadmissível'
No Twitter, Suéllen Rosim repudiou as agressões. "Recebi conversas de cunho racista feitas em um grupo de WhatsApp e comentários nas redes sociais. Jamais me silenciarei diante de algo tão sério. É inadmissível. Já tomei as medidas judiciais necessárias. Obrigada pelas mensagens de apoio", escreveu.