Superar é vencer barreiras que pareciam impossíveis. É não se entregar diante de uma adversidade e escrever uma nova história. Mas existem pessoas que vão além. Elas encontram nos obstáculos soluções inovadoras para ajudar outras pessoas a superarem os mesmos desafios. Dentro dessa premissa, a empresária e farmacêutica Daniela Reis Frontera, sócia proprietária da Florallis de Garça, é um exemplo de superação dos os obstáculos impostos pela deficiência visual.
Aos 23 anos, foi diagnosticada com uma doença degenerativa nos olhos, conhecida como retinose pigmentar. Sem cura e sem tratamento, sua condição visual se agravou ao longo dos anos e ao ponto de a impedir de dirigir e ler sem ampliação. Atualmente ela tem apenas 20% de visão. Sem se abater diante do duro diagnóstico, Daniela aprendeu a ler e escrever em braille, e criou o projeto “Enxergando o Futuro com as Pontas dos Dedos”, ajudando justamente os deficientes visuais a quebrar algumas das barreiras sociais que afetam suas vidas.
“No início, tive muita dificuldade em encontrar uma instituição ou um profissional para me ensinar o sistema braille. Ao passar por isso, tive vontade de ajudar outras pessoas e fazer com que elas tivessem mais independência para se comunicarem e organizarem suas vidas”, explica Daniela. Com aulas semanais gratuitas o projeto começou ano passado e logo atraiu vários alunos, entre eles cegos completos. Diante da grande procura, a empresária de 46 anos moradora em Duartina ampliou a ação para abranger mais pessoas que buscam a inclusão através dessa escrita e leitura através dos pontinhos em alto relevo.
Durante a pandemia, Daniela buscou uma solução que fosse capaz de dar continuidade ao ensino. Fruto da união com o amigo Ricardo Barreiros e sua professora, especialista em deficiência visual e madrinha técnica do projeto, Grasiele de Moraes, o ensino migrou para uma plataforma on-line e deslanchou com a grande procura. O curso saltou de 10 alunos, que tinham aulas presenciais, em Duartina, para mais de 100 espalhados por várias localidades do País.
“A aceitação dos alunos foi imediata e os resultados começaram a aparecer rapidamente. Tenho alunos de todo canto do Brasil”, conta Daniela, uma entusiasta do braille como ferramenta para transformar a vida de deficientes visuais. “Poder ler é também uma forma de inclusão e o braille é o caminho para isso”, afirma.
Além de ajudar pessoas com deficiência visual a lerem e escreverem pelo método braile, inclusive à distância, o ‘Enxergando o Futuro com as Pontas dos Dedos’ também disponibiliza tutoriais para ajudar na utilização de smartphones, tablets, computadores e seus aplicativos. O projeto não tem fins lucrativos, e recebe doações destinadas a suprir os custos para manter a plataforma. Para saber como ajudar, acesse o site ou as redes sociais do projeto (Facebook e Instagram).