Há dias em que desejamos que os céus se abram e o socorro venha; que Deus envie seus anjos, que o Criador escolha a nossa batalha para entrar, que derrube mil a nossa direita e mil a nossa esquerda... Fazem-nos crer nisso, nos discursos acalorados dos domingos, nas frases que os fiéis e crentes necessitam ouvir... Mas para ser convencido de que os céus se abrirão por nós, precisa antes de tudo ter um amor próprio imenso, pois que convenhamos, Deus não está à nossa disposição e não entra em nenhuma guerra por nós; é pretensioso e descabido acreditar que somos especiais, que os céus nos escolherão e advogarão nossos míseros problemas, enquanto problemas maiores permanecem sem o auxílio do Alto.
E não existe um povo mais perseguido e incompreendido que os Judeus... Desde que Jesus foi perseguido pelos líderes do Judaísmo e entregue aos Romanos, todo o povo Judeu pagou pela ação de poucos. E a perseguição segue por séculos, milênios; de comedores de criancinhas, cobradores de impostos a propagadores de pestes, os Judeus vivem seu inferno na terra, e onde está o Deus dos crentes e fiéis para ajudar esse povo? Para quem acredita que vivemos uma única vida, soa uma tremenda de uma injustiça; mas para quem tem o bom senso de crer que uma vida é pouco para se fazer cumprir os propósitos de Deus, todas os motivos para tanto sofrimento podem ser explicados e entendidos...
E todo o sofrimento dos Judeus não é passado, a história nos mostra isso; quando os ideais de superioridade e discursos cheios de toscos argumentos, inflaram egos e deram início ao que seria a Segunda Guerra Mundial, não havia um único monstro por trás dos milhares de Judeus mortos; culpamos a um monstro só, aquele “engomadinho” que estava por trás dos discursos, pensamos que havia ordens do alto escalão e que havia os cumpridores dessas ordens, mas não... Havia os comparsas, e não eram poucos; aqueles que vestiam a insígnia do Nazismo com amor e devoção e foram esses que fizeram de um povo, milhares de pessoas, as vítimas das mais cruéis e inimagináveis ideias que a monstruosidade pode criar...
A Segunda Guerra Mundial, talvez tenha sido o período onde mais se pediu por uma intervenção Divina, fico imaginando o congestionamento de preces dirigidas ao Alto para que Deus enviasse um herói. Um Superman celestial que pudesse derrubar todos os bestiais e libertar homens, mulheres e crianças da escravidão, da fome, do frio e do abuso. Mas o Superman Celestial já tinha vindo há dois mil anos, e bestiais já o tinham matado também...
Eu estou com esse texto há anos na minha cabeça, ele vai e vem, mas o tema me parece meio herege, estranho, não gosto de misturar assuntos sérios com coisas que não pude comprovar com minhas pesquisas; era só uma sensação, uma vaga ideia, que eu não conseguia confirmar de alguma fonte segura... até que semana passada, recebi uma postagem, e ela falava exatamente sobre as minhas impressões; eu corri para pesquisar e dessa vez, estava lá, a resposta estava lá... Não sei se é coisa recente ou fui eu que não soube usar as palavras certas para encontrar o que buscava, o Google tem disso, ainda mais agora com a suposta Inteligência artificial, que mais soa como desinteligência real em alguns momentos.
Bom, eu gosto muito de super heróis, mas amo o Superman; e eu sempre achei estranho, pois que em todos os filmes, eu sentia que faziam uma alusão a Jesus; e não era apenas nas coincidências, tipo o nome dos pais terrenos de ambos terem as mesmas iniciais, de os dois terem sido enviados para ajudar na Terra, do pai biológico dele ficar falando com ele mesmo não estando presente, no amor de ambos pela humanidade, nos poderes; e o nome de Superman, Kal-El, é por vezes interpretado como "voz de Deus" ou "filho de Deus", além de que Superman é morto e ressuscita.... além disso tudo, haviam cenas, principalmente nos filmes mais recentes, em que o Superman ficava olhando a Terra do alto, ou de braços abertos, como se fosse seu guardião ou mesmo como se estivesse crucificado...
Eu cheguei a pensar que poderia ser uma forma de denegrirem a imagem de Jesus, uma comparação que não tinha uma origem boa, pois que os criadores do Superman eram Judeus, e bom, os Judeus não creem que Jesus seja o Messias, ou o “Filho de Deus”; eles não aceitam o Cristianismo, e depois de tudo o que sofreram ao longo da história em nome dessa crença, é até compreensível...
Mas, de onde surgiu de fato a ideia do Superman? A ideia nasceu antes da Segunda Guerra Mundial, e teve muita inspiração para se chegar ao que temos hoje; de Moisés, Sansão a até mesmo a influência de Nietzsche, há um longo caminho percorrido pelo nosso sonhado e esperado herói.
Ao longo do tempo, Jesus foi ganhando seu lugar nos comparativos e a ideia foi se firmando, e foi quando os fãs, e aqui me incluo, começaram a perceber essa alusão a Jesus, e foi muito legal! Eu admito que gostei, pois que quem não sonha com um herói, ainda mais quando esse herói é comparado Àquele que mais amamos?
Mas o que aconteceria se o Nosso Herói realmente voltasse? Como ele seria recebido dessa vez? Seria morto novamente? A humanidade aceitaria suas mensagens na íntegra ou denigriria como tem feito?
A verdade meus amigos, é que imploramos por um herói, mas não queremos ouvir seus conselhos, queremos apenas sua ajuda, queremos que ele nos salve, que conserte nossas vidas, quando na verdade, somos nós que devemos mudar nossa forma de viver...
Jesus não está voltando, ele não virá com sua capa reluzente nos salvar, e sabe por quê? Porque Ele nunca nos deixou! Nosso Herói continua aqui, dentro de cada um de nós, no amor e no bem que fazemos ao próximo, e quando digo próximo eu estou me referindo a todos os seres viventes desse mundo, humanos ou não!
Então, pense nisso quando estiver de frente para sua churrasqueira!
Vanderli do Carmo Rodrigues