Geral Heveicultura
Garcense anuncia nova vitória para a borracha nacional
Após empenho do MNPS, governo mantém taxa de 10,8% na importação da borracha natural
05/10/2025 11h22 Atualizada há 2 dias
Por: Redação Fonte: da redação
Garcense Mário Nunes Miranda Neto, diretor Executivo do movimento, participou da mobilização que culminou com importante vitória para produtores.

Um respiro para o produtor de borracha natural e látex. Depois de muito empenho e mobilização, sobretudo do MNPS (Movimento Nacional de Produtores e Sangradores), presidido por Natalino de Freitas, tendo como diretor Executivo o garcense Mário Nunes Miranda Neto, o governo mantém a tarifa de 10,8% sobre a borracha natural de fora do Mercosul.
Pela decisão, a alíquota de importação sobre a borracha natural ou granuladas e prensadas permanece elevada de 3,6% para 10,8% por 24 meses. Produtores e beneficiadores de borracha pediram ao governo federal a manutenção da tarifa de 10,8% no início do mês de setembro.
Essa alíquota é revisada a cada dois anos. Em 2023, ela foi elevada de 3,6% para 10,8% como socorro à indústria nacional, que enfrentava preços baixos da commodity e entrada do produto importado de países do Sudeste Asiático.
Em julho deste ano, a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), que representa as indústrias de pneus instaladas no Brasil, pediu à Camex a redução do imposto de importação da borracha natural. 
A borracha natural é utilizada na produção de mais de 80 mil itens, nos segmentos de pneus, luvas, mangueiras, calçados, brinquedos, peças automotivas, acessórios e próteses.
Natalino de Freitas e Mario Nunes Miranda Neto, em reunião com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, já haviam solicitado a elevação da taxa de importação, estancando a chegada de borracha do mercado externo, valorizando o sangrador e produtor de borracha natural nacional.
Mário Miranda acredita que medidas protetivas e conservadoras devem ser empregadas para a produção da borracha natural, de forma a salvar toda a cadeia produtiva. O diretor Executivo destacou que a Heveicultura (cultivo de seringueiras para a produção de látex), tem São Paulo como principal estado produtor, seguido por outros no Sudeste e Centro-Oeste, como Minas Gerais e Goiás. A atividade, historicamente importante para a economia brasileira, hoje enfrenta desafios como a baixa remuneração e a escassez de mão de obra, que comprometem a sua sustentabilidade e a manutenção dos seringais. 
Quando do encontro com Geraldo Alckmin, o ministro defendeu a taxação. De acordo com ele, o Brasil tem sofrido com a redução dos preços das commodities, atingindo com um rigor ainda maior, o preço da borracha.
Em março deste ano, o governo já havia corrigido o imposto de importação, que havia sido reduzido drasticamente no governo passado, voltando ao patamar anterior, para que a indústria pneumática possa crescer.
Alckmin destacou ainda, que não se trata apenas de uma questão de taxação. A pauta se divide em três pontos: imposto de importação da borracha e látex que vem do mercado externo, o contingenciamento e o preço mínimo a ser aplicado. 
Natalino de Freitas destacou que o campo precisa de ajuda. Se a taxação não fosse mantida, muitos produtores poderiam abrir mão do segmento, levando-se a extinção da atividade.
Natalino lembrou que o Brasil é o berço da borracha natural, com a seringueira sendo nativa de nossa terra. No entanto, afirmou, o Brasil tem sido massacrado por ter um preço tão baixo da borracha, o que impacta diretamente na produção e sustentabilidade dos seringais.

ANIP sofreu dupla derrota

A Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) sofreu dupla derrota. A Associação que era contrária a manutenção da taxação da borracha natural vinda do mercado fora do Mercosul, teve barrado o pedido de elevação do imposto de importação sobre pneus de automóveis de passageiros, de 25% para 35%.
Desta maneira, as tarifas de importação de pneus de passeio permanecerão em 25% pelos próximos 12 meses.
Com isso, o item importado não deverá ficar mais caro para o consumidor brasileiro – pelo menos por enquanto. No entanto, isso reacendeu uma “briga” com os fabricantes locais, que alegam falta de competitividade com os asiáticos.
As importações representam mais da metade do mercado nacional e alcançaram 64% em julho de 2025, contra 38% dos pneus fabricados no Brasil, movimento acompanhado pela queda dos preços de importação (US$ 2,94/kg em outubro/24 para US$ 2,76/kg em julho/25), em uma tentativa de compensar os efeitos da medida.
Somente a China responde por mais de 70% do total de importados, com preços até 40% inferiores aos de outros mercados.