
Na cidade vizinha de Marília, a Prefeitura apresentou um projeto inovador que prevê cotas de emprego para pessoas em situação de rua em obras e serviços contratados pelo poder público. A proposta, segundo o portal Giro Marília, busca oferecer vagas de mão de obra básica para quem esteja em situação de vulnerabilidade, além de atender pessoas que enfrentam longo período de desemprego. O programa será acompanhado pelo Centro Pop, responsável por cadastrar e encaminhar os candidatos.
Já em Garça, a realidade é diferente. O município vem enfrentando um crescimento visível da população de rua nos últimos meses, especialmente na região central, sem que até agora medidas estruturadas como as de Marília tenham sido anunciadas. A Praça Rui Barbosa, conhecida como Praça da Matriz, tornou-se o retrato mais claro do problema, gerando indignação de moradores e comerciantes (clique aqui e veja a matéria).
A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Regina Tófoli, explicou em comentário na rede social do Garça em Foco que o município conta com o Núcleo de Apoio ao Migrante (NAM), que oferece abrigo, banho, alimentação e encaminhamentos, mas a adesão é baixa. Segundo ela, parte da dificuldade está ligada à dependência química e a ações descoordenadas da própria sociedade:
"Muitas vezes, pessoas e igrejas distribuem marmitas ou dinheiro diretamente nas ruas. A boa intenção acaba atrapalhando, porque alimentados, eles não procuram pelo abrigo, onde poderiam passar por triagem e encaminhamento. Assim, acabam permanecendo nas calçadas, sem chance de tratamento ou reinserção", afirmou.
Em nota ao Garça em Foco, a Prefeitura reforçou que o tema é tratado com seriedade e que já estão sendo feitas rondas diárias entre 18h30 e 6h, convidando essas pessoas a irem ao NAM. Além disso, destacou que reuniões com secretarias municipais, Ministério Público, comércio, sociedade civil e órgãos de segurança estão em andamento, com o objetivo de buscar alternativas mais humanas e que respeitem a legislação vigente, que impede ações compulsórias.
Apesar disso, moradores e comerciantes consideram nas redes sociais que as medidas ainda são tímidas diante da gravidade do problema e aguardam propostas mais efetivas, como o projeto em Marília.