Garça vem enfrentando um problema cada vez mais evidente: o aumento no número de pessoas em situação de rua e andarilhos circulando pela cidade, especialmente no Centro. A Praça Rui Barbosa, popularmente conhecida como Praça da Matriz, se tornou o retrato mais visível dessa realidade.
Na manhã do dia 3 de agosto, uma foto publicada pelo conhecido comerciante Eliseu Baptista em sua rede social viralizou e ultrapassou a marca de cem comentários. O conteúdo despertou reações indignadas de moradores e comerciantes, que relataram situações de insegurança e constrangimento, que vem aumentando expressivamente nos últimos meses.
“Não tem mais condições de frequentar esse lugar... Alguém tem que fazer alguma coisa...”, disse uma moradora.
“Está uma vergonha o Centro, imagina o resto da cidade”, comentou outro internauta.
A insatisfação também atinge o comércio local. “Isso reflete até para os comerciantes... lamentável essa situação... Eu já não vou faz tempo no supermercado na frente da praça, para não ver essa situação lamentável... Garça e a gestão têm que tomar providências urgente”, escreveu um usuário.
Houve ainda relatos de desrespeito com a população: “Tem moradores de rua tomando banho na praça, mostrando as partes íntimas com senhorinhas indo para a igreja e abaixando a cabeça. Eu nunca vi tanto desrespeito com os cidadãos de bem.”
Outro comentário reforça a mudança no espaço público: “Antigamente a gente sentava, ficava com as crianças, hoje em dia não dá nem para passar mais.”
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Diante da repercussão e do aumento visível de casos nos últimos meses, o Garça em Foco procurou a Prefeitura de Garça para entender que ações estão sendo tomadas diante desse crescimento visível do número de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em resposta ao Garça em Foco, a Prefeitura afirmou que as medidas possíveis dentro da esfera municipal envolvem a condução dessas pessoas à Casa de Passagem NAM (Núcleo de Apoio ao Migrante). Nos casos mais graves, quando há dependência química ou risco à saúde, pode ocorrer internação, desde que autorizada.
Segundo a Administração, rondas são realizadas diariamente entre 18h30 e 6h, convidando essas pessoas a irem ao NAM, onde recebem banho, alimentação e local para dormir.
A Prefeitura destacou ainda que uma decisão do Supremo Tribunal Federal proíbe a remoção forçada e o recolhimento compulsório de pertences, o que limita a atuação do município. Assim, o encaminhamento só pode ocorrer de forma voluntária ou com autorização judicial.
Também foi mencionado que algumas igrejas oferecem refeições, mas que a orientação é de que a distribuição aconteça no próprio abrigo, para evitar a concentração de moradores de rua no Centro. Nos casos de atentado ao pudor ou violência, a orientação é acionar a Polícia Militar.
A Prefeitura respondeu ao Garça em Foco afirmando ainda que reconhece a gravidade da situação e que reuniões estão sendo agendadas com setores como Assistência Social, Saúde, Polícia, Ministério Público, comércio e sociedade civil. O objetivo, segundo a Administração, é encontrar alternativas mais humanas, mas equilibradas, que respeitem os direitos das pessoas em situação de rua e, ao mesmo tempo, garantam segurança e bem-estar à comunidade.