Garça STEALTHING
Delegada de Garça alerta: stealthing é violência sexual e deve ser denunciado
Renata Yumi Ono, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Garça, explica que retirar o preservativo sem consentimento rompe o acordo sexual e coloca vítimas em risco
04/09/2025 08h10
Por: Redação Fonte: G1
Foto: Arquivo pessoal

A delegada Renata Yumi Ono, que comanda a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Garça, chamou atenção para um tema ainda pouco debatido, mas que tem crescido em denúncias: o stealthing. A prática consiste em retirar o preservativo durante a relação sexual sem o conhecimento da parceira.

De acordo com Renata, essa conduta não é acidente, nem mal-entendido, mas sim uma forma clara de violência sexual. “Quando a mulher concorda em manter a relação com preservativo, a retirada sem autorização viola sua autonomia, quebra a confiança e a expõe a sérios riscos, como gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis e danos psicológicos”, afirmou.

A entrevista foi concedida ao G1, realizada por Clara Sganzerla sob supervisão de Mariana Bonora, após um caso recente ganhar repercussão em Assis, onde a Justiça condenou um homem a indenizar a vítima em R$ 20 mil por ter praticado stealthing.

Como a Justiça tem tratado o tema

Apesar de não haver ainda um tipo penal específico, tribunais têm enquadrado o stealthing em crimes como:

Dificuldade de provas e importância da denúncia

A delegada de Garça destaca que os crimes contra a dignidade sexual acontecem em contextos íntimos, sem testemunhas, o que torna difícil a coleta de provas. Muitas vítimas também deixam de denunciar por vergonha ou por não reconhecerem que sofreram um crime.

Para esses casos, Renata orienta que as mulheres:

“Stealthing é crime”

Renata Yumi Ono reforçou que a informação é a principal ferramenta de proteção.
“É preciso quebrar o silêncio. Stealthing é crime, viola a autonomia sexual e fere a dignidade da mulher. Quanto mais falarmos sobre o tema, mais mulheres poderão se reconhecer como vítimas e buscar ajuda”, concluiu a delegada de Garça.