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ONG faz campanha para combater reprodução e venda ilegal de filhotes em Garça e região

ONG alerta que ao comprar ilegalmente um cão, a pessoa pode estar alimentando os canis clandestinos, as chamadas “fábricas de filhotes”.

22/09/2021 às 07h33
Por: Francisco Alves Neto Fonte: Marília Notícias
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Representantes da ONG e o veterinário Ariadno Caires Turatti, em reunião na sede do CRMV
Representantes da ONG e o veterinário Ariadno Caires Turatti, em reunião na sede do CRMV

Vender cachorro é uma atividade comum no cotidiano brasileiro. Nem sempre, no entanto, isso é feito de forma regular e legalmente permitida. É comum que muitos cães sejam vendidos de forma ilegal diariamente em muitas cidades, até mesmo em pet shops bastante conhecidos. O mercado de venda ilegal de cães é mantido, pois à primeira vista, a venda não é vista como algo nocivo. 

Esse comércio nem costuma ser realizado com más intenções, como por exemplo, uma pessoa que possua cães de raça que deram cria e resolve vender esses animais. Porém, o que ninguém vê com essas práticas é tanto quem vende e que compra estão alimentando essa prática ilegal. Mesmo que não seja de forma intencional, existem milhares de perigos nesse tipo de transação. 

Ao comprar ilegalmente um cão, a pessoa pode estar alimentando os canis clandestinos, as chamadas “fábricas de filhotes”. São criadouros clandestinos ou não fiscalizados em que os cachorros – sobretudo os adultos, criados não para ser vendidos, mas para reproduzir-se e dar lucro. Essa atividade tem como único objetivo o lucro financeiro, privando de bem-estar as matrizes e os reprodutores, que na maioria das vezes são encontrados em situações gravíssimas de maus-tratos e negligência em ambientes insalubres. 

Demonstrando que essa é uma realidade bem próxima, em Marília, a ONG Spaddes recebeu e vai atender 23 denúncias sobre cadelas que são usadas para reprodução e venda irregulares de filhotes. Segundo a entidade, todos os animais são da raça pit bull. “Quando você chega lá para ver, os animais estão até com as orelhas cortadas”, diz Gabriel Fernando Francisco, diretor da ONG Spaddes.

Devido ao alto número de denúncias, a entidade procurou o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) para saber como proceder e para buscar apoio em uma campanha de conscientização, que também vai atingir Garça, município também atendido pela ONG e onde recentemente foi constatado um caso. O assunto foi discutido numa reunião realizada no último dia 10, na sede da Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), com o diretor da entidade, o médico veterinário Ariadno Caires Turatti – que presta apoio para a ONG -, e com o vice-presidente do CRMV, Fábio Manhoso.

Vender cachorro é uma atividade comum no cotidiano. Mas o comércio nem sempre é feito de forma regular e legalmente permitida. É comum que muitos cães sejam vendidos de forma ilegal, até mesmo em pet shops. Quem compra um cachorro desta forma nem sempre saberá qual é a origem desse filhote que está adquirindo. Ele pode estar vindo de um local onde os animais vivem exclusivamente para a reprodução e fornecimento de mais filhotes.

Nesses locais, as cadelas passam por gestações em todos os cios, e os cuidados necessários com a saúde, sociabilização e também com a variabilidade genética da raça acabam sendo reduzidos ou inexistentes. Além disso, uma pessoa que não possui licença para a venda de cães de forma legal, não recebe o acompanhamento adequado dos órgãos para evitar riscos no cruzamento de cães, portanto, o animal possui muito mais chances de desenvolver problemas de saúde durante toda sua vida.

“Existem várias pessoas que têm sua cadela e que exploram economicamente seu animal, não podemos generalizar, a preocupação é que vimos muitas vezes no município a venda de filhotes de cadelas que não são compatíveis em termos de saúde para exercerem essa produção”, explica Manhoso.

“Precisamos conscientizar os dois lados, o tutor, que usa uma cadela especificamente para isso de forma desordenada, porque pode incorrer inclusive em crimes de maus-tratos, e quem compra um animal desta forma. As pessoas que vão adquirir um animal têm que conhecer a origem dele”, diz Manhoso.

O diretor da ONG Spaddes conta que um caso recente foi registrado em Garça. No local, uma cadela da raça boxer estava sendo usada para reprodução. “Quando chegamos lá, o animal estava todo caquético. A gente tinha inclusive a filmagem do tutor falando que tinha uma pessoa vindo de 300 quilômetros de distância para comprar um filhote, e a cadela estava em estado deplorável”, relata Gabriel.

“Quando alguém utiliza um cachorro para reprodução e não dá condições de saúde para esse animal, ao ponto que ele venha a ficar caquético – sem condições fisiológicas para fazer reprodução -, isso pode ser configurado maus-tratos”, frisa o vice-presidente do CRMV.

A campanha prevê a confecção de cartazes, outdoors e folders a fim de conscientizar a população sobre a venda irregular de filhotes. Como citado, a campanha deve se estender também para o município de Garça, de onde a Spaddes tem recebido muitas denúncias. “É um trabalho de formiguinha, que particularmente não me lembro de ter sido tratado antes”, finaliza Manhoso.

 

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