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Mãos à obra: Fernanda e Bárbara quebram barreiras, vencem preconceito e inspiram

Em um setor tradicionalmente dominado por homens, duas mulheres de Garça mostram que força e determinação não têm gênero, construindo casas e inspirando outras a seguirem seus sonhos.

Por: Francisco Alves Neto Fonte: da redação
24/03/2025 às 09h23
Mãos à obra: Fernanda e Bárbara quebram barreiras, vencem preconceito e inspiram
Fernanda participa de todas as etapas da construção.

Em Garça, Fernanda Matulianes e Bárbara Gastão Silva desafiam estereótipos e mostram que o lugar da mulher é onde ela quiser. Com rotinas intensas, elas conciliam as tarefas do lar e de uma lanchonete, com o trabalho na construção civil, um setor tradicionalmente dominado por homens. Suas histórias inspiradoras merecem destaque. Por isso, a equipe do Jornal Maís e do Garça em Foco, foi até uma obra gerenciada por elas, em celebração ao mês da mulher. 
Fernanda, inspirada pelo pai, Antônio Matulianes, que construiu a própria casa, decidiu seguir seus passos. “É difícil encontrar gente para trabalhar. Colocamos a mão na massa e fizemos minha casa”, conta ela. 
Após sair de uma empresa eletroeletrônica local onde trabalhou quase 20 anos, não hesitou em ingressar na construção civil, onde já construiu 22 casas em três anos. “É uma coisa que eu gosto. Fui aprendendo com meu pai, fiz cur-sos e assisti a vídeos na internet”, explica.
Bárbara, que trabalhou na mesma empresa que Fernanda por 15 anos, encontrou na construção civil uma nova oportunidade. “Achei que não ia aguentar no primeiro dia, mas fui, fui, e estou aqui até hoje”, relata Bárbara. O  serviço pesado não a assusta. Apesar dos desafios, como o trabalho sob o sol, ela se adaptou e encontrou satisfação na profissão.
O preconceito inicial deu lugar ao reconhecimento. “O primeiro cliente me apoiou muito, e a partir daí, foi tudo boca a boca”, diz Fernanda. Recentemente, elas abriram a própria construtora, “Matulianes”, um marco na carreira de ambas. “É uma forma de dar credibi-lidade e confiança aos clientes”, explica Fernanda.
Apesar do sucesso, elas enfrentam a dificuldade de encontrar mão de obra, tanto masculina quanto feminina. “As pessoas não querem pegar no pesado”, lamenta Fernanda. No entanto, elas seguem em frente, conciliando a construção civil com outras atividades, como a venda de pastéis e espetinhos durante a noite. O Pastel da Fer, tradicional em Garça, há nove meses em um novo local, é parada obrigatória para quem quer lazer e sabor.
Fernanda, que faz de tudo um pouco na obra, desde a fundação até o acabamento final, revela que pretende se aprimorar e estudar arquitetura. Bárbara, que a cada dia aprende algo novo, deixa o trabalho falar por si.
O pai de Fernanda, Antônio, expressa orgulho das meninas. “É um prazer as ver traba-lhando. Tudo que a gente fala, elas fazem”, diz ele, que também é protético e desenhista arquitetônico. Ele conta que a paixão pela construção começou quando decidiu construir a própria casa para morar com a esposa. O fato de também ter formação na área de dese-nho arquitetônico facilitou a empreitada. 
Com a falta de profissionais na área, Fernanda e Bárbara têm trabalho garantido. “Acaba uma casa, já tem gente esperando”, conta Antônio. E apesar de muitos reclamarem da falta de emprego, ele afirma: “Tem emprego, mas não querem trabalhar”.
Enquanto posam para fotos na obra, Fernanda e Bárbara mostram que a força feminina na construção civil é uma realidade em Garça. Seus perfis no Instagram, @Matulianes, registram o trabalho impecável que realizam, inspirando outras mulheres a seguirem seus sonhos.

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Fernanda e Bárbara vencem preconceito e colocam a mão na massa

 

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Antônio inspirou e incentivou a filha Fernanda

 

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