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Morre garcense que teve o corpo queimado

Dois suspeitos chegaram a ser presos em flagrante na segunda-feira (27), mas foram liberados após a audiência de custódia, respondendo ao processo em liberdade.

Por: Francisco Alves Neto
01/02/2025 às 08h19
Morre garcense que teve o corpo queimado
Hélio Ferreira não resistiu aos ferimentos

Morreu nas primeiras horas da manhã deste sábado (1º) o garcense Hélio Ferreira de Araújo, de 60 anos, que teve mais de 60% do corpo queimado em uma tentativa de homicídio ocorrida no último domingo (26), em Vila Rebelo, em Garça. Hélio estava internado na Unidade de Queimados do Hospital de Clínicas de Marília desde a transferência, mas não resistiu aos ferimentos. O crime está sendo investigado pela Polícia Civil. Dois suspeitos chegaram a ser presos em flagrante na segunda-feira (27), mas foram liberados após a audiência de custódia, respondendo ao processo em liberdade. Eles deram versões contraditórias sobre os fatos em seus depoimentos e foram indiciados por tentativa de homicídio.

De acordo com as primeiras informações, Hélio e dois indivíduos estavam em uma residência na Rua Sergipe, quando um desentendimento teria ocorrido. A polícia apura a hipótese de que a vítima teve o corpo incendiado com álcool. Os suspeitos negam a autoria do crime, mas tentaram alterar a cena dos fatos, o que levantou dúvidas sobre suas versões.

Segundo apurações da Polícia Civil, em vez de acionarem o socorro imediatamente, os suspeitos optaram por transportar a vítima até sua residência na Rua Paraíba, a cerca de 100 metros do local do crime. Câmeras de segurança registraram o momento em que um dos indivíduos carregava Hélio nos braços até sua casa. Somente depois disso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para realizar o resgate.

O delegado Adriano Marreiro, responsável pelo caso, afirmou que a tentativa de adulterar o local do crime compromete a credibilidade dos relatos apresentados pelos suspeitos. "Quando é um acidente, a verdade aparece de forma natural. Não é preciso maquiar, levar a pessoa para outro lugar. Isso tudo gera uma dúvida razoável quanto à veracidade do que aconteceu", explicou o chefe do Setor de Investigações Gerais (SIG).

A internação de Hélio foi descoberta por sua irmã, que, ao visitá-lo no dia seguinte ao crime, foi informada por vizinhos sobre a gravidade de seu estado de saúde. No hospital, recebeu a notícia de que ele havia sofrido queimaduras severas. Ao buscar mais informações com conhecidos do bairro, obteve imagens que indicavam que seu irmão havia sido queimado intencionalmente.

A família procurou a Polícia Civil e solicitou providências imediatas. Diante da gravidade dos fatos, o delegado alterou a natureza da ocorrência de lesão corporal para tentativa de homicídio. Com a morte da vítima, a investigação deve evoluir para homicídio qualificado. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e reunindo provas para esclarecer todos os detalhes do crime. Com a alteração na tipificação do delito, os acusados poderão responder por homicídio qualificado. A comunidade de Garça acompanha o caso com atenção, e a família da vítima pede justiça. O corpo de Hélio Ferreira de Araújo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame necroscópico, e o sepultamento ainda não foi definido.

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