A Polícia Civil de Marília já enviou para a Justiça o inquérito sobre a morte de Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior, assassinado a tiros durante o show de Lauana Prado em um rodeio realizado na cidade de Marília, na madrugada do dia 31 de agosto. O rapaz de 29 anos, que trabalhava como técnico agrícola e residia atualmente em Garça, era muito conhecido na cidade de Itapura, onde morava com seus familiares. Sua morte gerou revolta e comoção. Seus pais, que estavam na Bélgica quando o filho foi morto, pedem justiça.
O policial militar Moroni Siqueira Rosa, preso em flagrante após sacar sua arma e matar a vítima no meio do público, foi indiciado por homicídio doloso triplamente qualificado pela Polícia Civil de Marília, que encaminhou o processo à Justiça. De acordo com as investigações, Moroni disparou pelo menos seis vezes contra Hamilton. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital das Clínicas (HC) da cidade, mas não resistiu. Durante depoimento, o PM, que alegou legítima defesa, disse que foi agredido pela vítima e negou ter ingerido bebida alcóolica. O delegado Edner Rogério Ferre, responsável pelo caso, descartou as alegações de legítima defesa. Segundo a conclusão da investigação, Moroni agiu de maneira desproporcional durante a briga com Hamilton, utilizando sua arma de fogo em uma situação que não justificava o uso letal.
Em relação as outras duas vítimas feridas por "balas perdidas" (um rapaz e uma moça), o PM deve responder pelo crime de tentativa de homicídio, com dolo eventual, ou seja, mesmo não havendo intenção de matar. O acusado continua preso no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.
FAMÍLIA JUSTIÇA
Em vídeo divulgado nas redes sociais nos últimos dias, a família da vítima clamou por justiça. Cássia Nunes de Abreu Tavares e o marido Chesma Tavares estavam na Bélgica, quando o crime aconteceu. Uma vaquinha foi organizada amigos para trazê-los de volta ao Brasil. Com a voz embargada, a mulher lembra o momento doloroso em que recebeu a notícia da morte filho.
“Eu estava no mercado, fazendo compras, quando meu marido veio me dar a notícia. Não consegui gritar, não pude chorar. Foi como se um nó prendesse a minha garganta”, conta Cássia. Sem condições financeiras para retornar imediatamente ao Brasil, a mãe acompanhou à distância homenagens ao filho e também agradeceu quem participou de uma ajuda para trazê-los. “Eu como mãe, aqui de longe, do outro lado do oceano, no velório do meu filho por uma chamada vídeo, porque não deu tempo. Eu quero agradecer a vocês que ajudaram a comprar min passagem.”
Cássia também expressou sua revolta pela brutalidade da morte de Hamilton que, segundo ela, foi ato de covardia que não pode ficar impune. No vídeo, ela faz um apelo às autoridades para o caso investigado com seriedade e o responsável, o soldado Siqueira Rosa, seja punido. “Esse homem está vivo, enquanto meu filho não está mais aqui. Ele [Hamilton] deixou uma filha, minha netinha, que presenciou o primeiro velório da vida dela, o do próprio pai.”
Hamilton, que trabalhava como técnico agrícola e residia atualmente em Garça, era conhecido na cidade de Itapura, onde morava. A comoção tomou conta da cidade, com manifestações e passeatas pedindo justiça pela sua morte.
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