O Estado de São Paulo está vivendo uma das piores crises hídricas de sua história, com o período de 2023 a 2024 registrando a menor quantidade de chuvas acumuladas em 24 anos. De acordo com o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), a precipitação até agosto deste ano foi 36% inferior à média histórica desde o início da série em 2000/2001.
Em Garça, a realidade não é diferente. De janeiro a agosto deste ano, o município registrou 530 milímetros acumulados de chuva, o que representa 55,6% do volume de chuvas no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 953 milímetros de chuva. O impacto dessa escassez é evidente no Córrego Barreiro, principal ponto de captação de água da cidade. O Serviço Autônomo de Águas e Esgotos (SAAE) apontou que o volume disponível no córrego sofreu uma queda de 55% e pode diminuir ainda mais caso a estiagem persista.
Diante dessa crise, o Poço Guarani 1 tem desempenhado um papel crucial para garantir o abastecimento de água em Garça. Com uma vazão de 200 metros cúbicos por hora, o poço tem sido fundamental para compensar a diminuição das reservas superficiais e assegurar que a cidade continue a receber água potável.
Enquanto cidades vizinhas como Marília e Bauru já enfrentam cortes de água e reflexos diretos da estiagem, Garça tem conseguido driblar a crise, em parte graças ao aproveitamento das águas subterrâneas do Sistema Aquífero Guarani. Além disso, a cidade tem implementado estratégias eficazes de controle de perdas e setorização da distribuição de água, reforçando sua capacidade de manutenção do abastecimento.
Para enfrentar a crise hídrica em nível estadual, o governo de São Paulo lançou o "São Paulo Sempre Alerta - Plano Estadual de Resiliência à Estiagem", instituído pelo Decreto nº 68.733. O plano visa estabelecer diretrizes para a prevenção e mitigação dos impactos da estiagem, além de promover a conscientização e o incentivo ao consumo responsável e à redução de perdas de água.
Neste cenário crítico, o consumo consciente se torna ainda mais vital. Pequenas ações, como evitar desperdícios, consertar vazamentos e adotar práticas de reutilização da água, podem fazer uma grande diferença. A colaboração de cada cidadão é essencial para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos e evitar um colapso no abastecimento, especialmente em um período tão desafiador como o atual.
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