A imprensa especializada divulgou um alerta feito pelo presidente do Sindicato Rural de Garça, Jose Estevão Giacomini, que, no uso das atribuições que lhe confere o estatuto da entidade, fez um comunicado, informando e alertando os associados e o mercado cafeeiro sobre a significativa quebra na safra de café arábica na região de Garça durante a temporada 2024/2025.
“Conforme nossas sondagens realizadas junto aos nossos cafeicultores associados, produtores da região e corretores locais, estimamos uma redução da safra entre 30% e 35%. Esta redução também é observada em lavouras irrigadas. Vale destacar que a colheita em andamento já atingiu cerca de 50% da área plantada, o que confirma a tendência de queda significativa na produção”, coloca ele no documento.
De acordo com o presidente, as principais causas desta queda na produção foram as altas temperaturas registradas desde novembro de 2023, com vários dias apresentando temperaturas entre 38 e 40 graus por períodos prolongados, combinadas com longos períodos de estiagem durante o enchimento dos frutos, após a fase de chumbinho e durante o crescimento dos frutos.
Estes fatores, pontuou Giacomini, resultaram na má formação dos frutos, que se apresentam pequenos e com baixa peneira devido à má granação. Durante meses, as lavouras de café foram severamente afetadas pela falta de chuvas, resultando em um déficit hídrico substancial que comprometeu a fenologia e o desenvolvimento adequado dos frutos.
Para ilustrar, ele cita que, entre 01 de setembro de 2022 e 30 de abril de 2023, a precipitação totalizou 1.132 mm, enquanto entre 01 de setembro de 2023 e 30 de abril de 2024, foi de apenas 878 mm.
“Este cenário impacta diretamente a oferta de café no mercado, reduzindo significativamente a quantidade disponível para comercialização, pois não há estoques remanescentes”, coloca o presidente.
“Considerando uma área de 19.000 hectares (fonte IBGE 2022), abrangendo os municípios de Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Cafelândia, Duartina, Fernão, Gália, Garça, Guarantã, Júlio Mesquita, Lucianópolis, Lupércio, Marília, Ocauçu, Pirajuí e Vera Cruz, verificamos que, em anos normais, são necessários entre 100 a 120 kg de café em coco seco com 11% de umidade para produzir uma saca de 60 kg de café beneficiado. Nesta safra 2024/2025, são necessários entre 150 a 170 kg de café em coco seco para a mesma quantidade. Assim, considerando uma média de 30 sacas por hectare, a produção estimada seria de 570.000 sacas. Portanto, podemos afirmar que haverá uma quebra de 171.000 a 199.500 sacas”, coloca ele no documento.
Giacomini afirma estar certo de contar com o empenho e a colaboração de todos para enfrentar esta adversidade.
“Colocamo-nos à disposição para fornecer quaisquer informações adicionais que se façam necessárias. As informações destacadas neste ofício contaram com a valiosa contribuição dos agrônomos Tiago de Lucca Sartori e Marco Aurelio Casagrande, e dos corretores Luís Saluti e Jose Luís Burato”, finalizou ele.