Um fato inusitado movimentou a Polícia Civil de Garça na última sexta-feira. O garcense K.A.S, de 33 anos, foi preso por falsa comunicação de crime e denunciação caluniosa após tentar enganar as autoridades policiais sobre um suposto roubo de celular.
De acordo com o boletim de ocorrência, o acusado compareceu à Delegacia do Município relatando que havia sido vítima de roubo impróprio na Rua Mário Marangão. Ele afirmou que uma mulher de compleição forte teria tomado seu celular Motorola G52 de suas mãos e proferido ameaças contra sua integridade física, obrigando-o a deixar o local e procurar ajuda na delegacia. O rapaz identificou a suposta autora do roubo como uma mulher chamada Aline, com base em informações fornecidas por terceiros.
Imediatamente, a Polícia Civil, em estado de flagrante, mobilizou uma equipe em uma viatura descaracterizada para acompanhar a suposta vítima até o local indicado. Lá, encontraram a moradora da casa, que foi apontada pelo acusado como a autora do roubo. Visivelmente alterada, a mulher inicialmente ofendeu os policiais, mas depois autorizou a entrada dos agentes em sua residência.
Na cozinha, os policiais encontraram o celular do denunciante sobre a mesa e um documento que identificava a moradora como A.R.A.S. Juntamente com o celular, ela foi conduzida à delegacia. Em depoimento, a suposta assaltante revelou que conhecia o rapaz há anos e que ambos tinham passado a noite anterior juntos em sua casa, consumindo bebidas alcoólicas e drogas.
Ela contou que, ao negar um envolvimento sexual durante a madrugada, o rapaz saiu irritado, deixando seu celular para trás. Acreditando que ele voltaria para buscar o aparelho, ela não tomou providências imediatas.
Confrontado com o depoimento da mulher, o rapaz admitiu que havia mentido sobre o roubo. Ele explicou que, após o desentendimento com A.R.A.S, inventou o crime na esperança de recuperar seu celular.
Diante das evidências e da confissão, o delegado de Adriano Marreiro decidiu enquadrá-lo nos crimes de falsa comunicação de crime (art. 340) e denunciação caluniosa (art. 339) do Código Penal. K.A.S foi preso em flagrante e, após passar por exame médico cautelar, aguardará audiência de custódia na CPJ de Marília.
“Este caso serve como um alerta sobre as consequências legais e morais de tentar enganar as autoridades com falsas alegações”, salienta o delegado.