Dois padres da Diocese de Assis (SP) denunciados por cometerem abusos sexuais contra um seminarista foram demitidos do estado clerical. A informação consta em um documento do Tribunal Diocesano de Botucatu (SP), de segunda-feira (18).
No documento, consta que o processo penal administrativo contra os dois religiosos foi concluído e eles foram condenados pelo Dicastério para Doutrina da Fé, o mais antigo dos 16 dicastérios da Cúria de Roma, um dos órgãos da Santa Sé. A punição foi a demissão.
O caso
Em 2022, o homem que se apresenta como vítima dos religiosos, hoje ex-seminarista e com 37 anos, registrou um boletim de ocorrência para reforçar as denúncias feitas por ele no passado ao Tribunal Interdiocesano. Segundo ele, os abusos teriam ocorridos entre anos de 2002 e 2003, quando tinha 16 anos.
À época, os dois padres foram afastados pela igreja, enquanto a Polícia Civil chegou a abrir investigação sobre o caso, mas a apuração acabou arquivada devido à prescrição dos supostos crimes, cometidos em tese quando o homem ainda era adolescente.
O ex-seminarista disse ao g1 que demorou tanto tempo, cerca de duas décadas, para denunciar o caso por conta dos traumas envolvidos, trabalhados ao longo de muitos anos de tratamento psicológico.
Segundo seu relato, ele foi estuprado por um padre em 2002 e, depois, manteve uma relação por dois anos com o segundo, que o teria "ludibriado" após obter sua confissão sobre a violência sexual sofrida anteriormente.
O estupro, conforme o denunciante, aconteceu quando ele tinha 16 anos, em uma casa paroquial na cidade de Iepê (SP).