Ele é um dos mais carismáticos personagens do futebol menor garcense: Jair da Silva, o torcedor número um do Flamengo no futebol suíço. É uma presença ilustre no Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”. Não falta um jogo sequer, basta o Flamengo entrar em campo. E não pode perder a hora, até porque o Jair tem a missão de colocar as belas bandeiras do time do coração no alambrado que ficam atrás do gol.

Na maioria dos jogos, apesar de trabalhar no período noturno, sai do serviço e vai direto para o campo. Uma rotina domingueira que faz religiosamente há cerca de 45 anos. Tudo começou quando assistiu um jogo do Flamengo, ainda no “Campo do Toyotão”, nos idos de 1980. Foi paixão à primeira vista. Hoje no auge dos seus 73 anos, curte o lado torcedor como ninguém. Em suas veias corre o sangue vermelho e rubro.

Para ele, um domingo sem assistir o Flamengo não é um domingo legal. Como sempre fala: “Como é bom torcer para o Flamengo, vocês nem imaginam. Agradeço a Deus por ter este privilégio. Aproveito também para desejar um feliz aniversário para a nação rubro negra. Salve, Salve, Flamengo”.

DE PIRAJUÍ PARA GARÇA

Jair da Silva nasceu na vizinha Pirajuí. Lá estudou o grupo escolar e foi “polícia mirim”. Trabalhou três anos no Fórum. No ano de 1967 mudou para Garça e não saiu mais. Aqui trabalhou na Fábrica de Óleo Marumbi e Cia Paulista de Estradas de Ferro. Até que no ano de 1973 entrou no Hospital Psiquiatra André Luiz, onde trabalha até hoje, mesmo tendo se aposentado em 1995. O Jair até que tentou jogar bola, era centroavante. Foi campeão no Torneio do Sindicato da Saúde de Garça (foto). Só que teve uma grave contusão muscular e parou com o futebol, aos 45 anos.

Na época já acompanhava o Flamengo. Desde então vivenciou a rica trajetória da equipe no futebol garcense. Lembra com saudades do Sr. João Aguiar, o patrono e Dona Maria, sua esposa, até chegar no presidente Zumbé. Do longo período sem títulos, porém, jamais desanimou. Os grandes jogadores que vestiram o manto do Flamengo: Túlio Calegaro, Tonho Nego, Márcio Gravatim, Osmar, goleiro Ênio Aguiar, Dinho Parreira, Gino, Tuca, Maloca do time atual, e muitos outros. Recorda do difícil e inesquecível título em 2006, quando o time era treinado pelo Dr. Ricardo Martines.

No futebol profissional torce para dois times: Flamengo, no Rio de Janeiro, e Corinthians em São Paulo. Tem como ídolo Zico, o “Galinho de Quintino”, um craque do futebol mundial. Para falar um pouco do Jair, ninguém melhor do que o técnico Betão Aguiar:

“O Jair é mais que um torcedor, é uma bandeira não só do Flamengo, como também do futebol garcense. Um torcedor raiz, a moda antiga. Vem no campo sozinho e faz tudo pelo amor que tem no Flamengo. Ele está conosco desde o ano de 1980, quando jogávamos no Campo do Toyotão. Chegou com sua família, viu, gostou, e não saiu mais. Com jeito simples e humilde agrada a todos, até mesmo os adversários. Não perde um jogo sequer, faça chuva ou faça sol. Mesmo quando trabalha à noite, vem direto pro campo. Trazendo sua ‘traia’, ou seja, as bandeiras de nosso time, que coloca orgulhosamente nos alambrados dos campos. É um grande colaborador, ajuda até financeiramente. Nunca o Flamengo entrou em campo, sem ele ter hasteado as bandeiras. Isto serve até de inspiração e motivação para nossos jogadores”.

NÍVER DO FLAMENGO

Você sabia que ontem o glorioso Flamengo Esporte Clube Suíço, completou 33 anos de existência? Fundado no dia 15 de março de 1991, o Flamengo está entre os times de ponta da modalidade em nossa cidade. Tanto é verdade que atualmente é bicampeão nos anos de 2022/23. O time é remanescente do Flamengo, que disputou o campeonato do amador. Como de costume, sempre comandado pelo campeoníssimo, estrategista e corintiano técnico Gilberto “Betão” Aguiar. O Flamengo foi campeão do municipal em seis temporadas: 1993, 2001, 2005, 2006, 2022 e 2023. Para este ano, o Flamengo montou novamente um forte elenco, e com amplas chances de chegar ao tricampeonato. Parabéns, Flamengo, com muitos jogos e títulos pela frente. 

Wanderley “Tico” Cassola