A Diocese de Juazeiro, cidade do norte da Bahia, afastou das atividades o padre garcense Antônio Dezidério Frabetti Vieira que foi preso suspeito de estupro de vulnerável no último dia 20 de fevereiro. A vítima foi um adolescente de 14 anos, com transtorno do espectro autista.
Em nota, a Diocese de Juazeiro disse que foi surpreendida com a denúncia e que pediu a abertura de um processo investigatório. Também prestou apoio para a vítima e os familiares.
O padre Toninho como é conhecido, atuava pela Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas). Ele faz parte de uma congregação de Salvador, mas foi cedido para a paróquia de Juazeiro há um ano, para realizar as atividades religiosas.
Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início no dia 4 de fevereiro, quando um familiar da vítima comunicou o fato à unidade policial. O período em que o adolescente era vítima do estupro não foi detalhado.
Após a coleta de depoimentos, exames periciais e outras diligências, a prisão preventiva foi solicitada à Justiça, que acatou a medida.
Preso, o homem passou por exames periciais e foi encaminhado para uma unidade do sistema prisional. Já a vítima foi encaminhada para acompanhamento psicossocial.
O garcense atuou na cidade até ser transferido para uma paróquia em Rio Branco (Acre), em 2019.
A Diocese de Juazeiro afastou o religioso das atividades, após a prisão e determinou a abertura de processo investigatório junto à Comissão Diocesana para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis, para apuração da denúncia.
A instituição repudiou todo e qualquer ato de violência nas mais diversas esferas, sejam elas verbais, físicas, psíquicas, sexuais e outras.
"A Diocese de Juazeiro reitera que preza pelo amor a Deus e ao próximo e não admite nenhum tipo de injustiça praticada contra aqueles a quem Deus nos confiou o cuidado, bem como reforça seu compromisso com o Evangelho e com os fiéis, cumprindo o bem e empenhando-se na busca da justiça e da verdade", afirmou em nota.
Com a divulgação do caso, a Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas em Salvador) declarou "apoio integral e incondicional às vítimas", ao mesmo tempo que mantém o suporte ao confrade suspeito do crime. A instituição católica cita orientações do Papa Francisco ao assumir as duas posições.
"Afirmamos nosso suporte e acompanhamento fraternal a nosso confrade, nos termos do mesmo 'Motu Proprio' do Papa Francisco, acima citado, para que 'se garanta aos arguidos o direito a um processo équo e imparcial, no respeito pela presunção de inocência e também pelos princípios de legalidade e proporcionalidade entre o delito e a pena", diz um trecho da texto.
A instituição disse ainda que se coloca à disposição das autoridades para prestar auxílio ou esclarecimentos dos fatos.
O líder religioso tinha um mandado de prisão preventiva expedido em seu nome pela violência contra um adolescente e foi preso quando se deslocou até o Complexo Policial da cidade para passar por um atendimento.