Um decano do esporte garcense está fazendo aniversário neste sábado, chegando orgulhosamente aos 80 anos, esbanjando saúde e alegria. No dia 16 de dezembro de 1943 nasceu em Lupércio, o são-paulino Antônio Carlos de Lima, que adotou Garça para não sair mais.
O conhecido “Carlinhos Polícia” (foto) chegou, juntamente com seus familiares, com apenas 16 anos de idade, se enturmou nos meios esportivos e tem uma bonita história. Por motivos profissionais em certo período morou em Santos, Sagres, São Paulo e Álvaro de Carvalho, mas estava escrito que Garça seria seu destino final e para sempre.
Aqui praticamente fez de tudo. Só não foi juiz oficial, mas que sempre que precisou, até apitou jogos. Versátil foi goleiro e zagueiro. Para ele tanto fazia. Era só o treinador escalar numa destas posições que dava conta do recado.
Lá em meados dos anos 60 disputou campeonatos juvenis que eram promovidas na cidade. Defendeu o bom time do Nacional Atlético Clube, campeão da modalidade na temporada de 1960. Era uma equipe organizada e que reunia uma garotada boa de bola. E olha que no campeonato havia grandes adversários. Mas o “Naça” tinha um grande elenco, e a conquista do título premiou o melhor time.
Recordamos o time do Nacional Atlético Clube, campeão juvenil em 1960. Em pé, da esquerda para direita: Gilberto Albero (treinador), Cidão Bernardes, Vavá, Homero, Laércio Zanini, Osvaldo e Odenir. Agachados: Luiz Rossini, Robélio, Ivo Galdino, Carlinhos “Polícia” e Pedro Sapeca. No elenco campeão ainda tinha o Zé Mututa, Zico da Casa Brasil, Nenê Albero, Luiz Albero, Nicão Pé de Rôdo, Jair Cassola e Luiz Américo Zachello.
Depois daí o “Carlinhos Polícia” jogou no Ipiranga, no Santa Cecília de Álvaro de Carvalho, Polícia de Garça. Depois foi trabalhar na Policia Militar, onde defendeu o time da corporação em São Paulo, o Paz e União do Ipiranga, e também da Equipe de Choque de Marília, que no ano de 1986 foi vice-campeã do Campeonato Comemorativo do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior de Marília (9º BPM/I).
Retornando a Garça jogou um ano na Fitotécnica, que foi vice-campeã, no time comandado pelo corintiano Zé Branco. Até que ingressou na Eletrônica, onde teve uma brilhante trajetória. No time do presidente Carlão Moraes foram em torno de 20 anos correndo atrás de bola e “comendo” poeira nos campos de terra. Pra variar três títulos conquistados, nos anos de 1972 e 1974, competição organizada pelo próprios clubes, e depois em 1994, este sob tutela da então AELT (Assessoria de Esportes, Lazer e Turismo), hoje a SEJEL. Na chácara do corintiano Nicola Rosário estão expostos os troféus, bola e a camisa dos jogadores usadas naquele ano.
Segundo o Carlinhos, “a Eletrônica foi um time que fez história no futebol suíço garcense. Primeiro porque participou das primeiras competições. E segundo porque esteve em atividades por mais de 20 anos, de forma ininterrupta”. Nesta época a modalidade começou a ser firmar na cidade com bons times montados: Expressinho RCG, Salão Carter, Kussumoto “A” e “B”, Kosminho, Selaria São Geraldo, Fitotécnica e tantos outros”.
“Vivenciei muito do futebol suíço, por isto vi grandes jogadores, Vou citar alguns, dentre muitos: Biro Biro, Caíque, Corinho, Adalberto Botelho, Kir, Toninho Marques, Tonhá, Dagoberto, Vermeio goleiro e Piola, sempre artilheiro. Se hoje temos um campeonato forte, deve-se aos jogadores e times que existiram no passado”.
Na medida do possível, acompanha os jogos do futebol suíço. Assim como torce, mas não com aquela euforia de antigamente, para o glorioso São Paulo, e um dos seus ídolos é o uruguaio Pedro Rocha, ex-jaqueta 10, nos anos 70. O outro ídolo é ninguém mais, ninguém menos, que o argentino Maradona.
Quanto ao atual estágio do futebol e da seleção brasileira, afirma de forma categórica: “Está uma vergonha, com muitos cartolas infiltrados, eles que são uns aproveitadores”.
Atualmente o “Carlinhos Polícia” está desfrutando da merecida aposentadoria obtida no ano de 1994, depois de vestir por vários anos a gloriosa farda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Como ele bem faz questão de frisar: “Me sinto orgulhoso. Se pudesse escolher hoje, seria policial militar novamente. Uma profissão que adoro e que sempre fui muito dedicado”.
POR QUE FUTEBOL SUÍÇO?
Você sabia por que somente em Garça a modalidade é chamada de futebol suíço? E que nas outras cidades é conhecida por “society ou futebol de sete”. Descobrimos que foi por causa do “Carlinhos Polícia” e do Pedrinho Habache, que escolheram por brincadeira o nome de “futebol suíço”.
Tudo começou no início dos anos 70, quando foi realizado um torneio no extinto campo do Bosque Municipal, contando com a Eletrônica, Kosminho, Expressinho da Rádio, Irmãos Oliveira, Lojas Yamaki e Farmácia Moderna. Tudo porque o avô do Pedrinho Habache tinha raízes europeias da região da Suíça, e era conhecido como “Senhor Suíço”. Ele gostava de acompanhar os jogos “de pelada”, dificilmente perdia um jogo. Resolveram então homenageá-lo neste torneio dando o nome de Campeonato Municipal de Futebol Suíço. O nome pegou e ficou para sempre. E para o “Carlinhos Polícia” parabéns e muitas felicidades, que esta data se repita por muitos e muitos anos !!!
Wanderley
“Tico” Cassolla