A coordenadora de produtividade de pessoas do Hospital Israelita Albert Einstein, Graziela Fernanda Teodoro Bomfim, natural de Garça, foi uma das convidadas ilustres da segunda mesa do Seminário Inclusão e Equidade Racial nas Empresas, promovido pela Folha de São Paulo com patrocínio da Vale.
Com uma trajetória de mais de 18 anos dedicados ao renomado hospital, Graziela contribuiu de maneira significativa para a discussão sobre a presença de mulheres negras em cargos de liderança.
O evento, realizado em consonância com o mês da Consciência Negra, enfatizou a importância de ir além do discurso e implementar estratégias concretas para promover a equidade racial nas organizações.
A consultora Liliane Rocha, fundadora e CEO da Kairós, destacou a necessidade de mudanças efetivas dentro das empresas, alertando para a armadilha da “diversity washing”, termo utilizado para descrever a prática de empresas que promovem a diversidade apenas superficialmente, sem alterar efetivamente suas estruturas internas.
Graziela Bomfim compartilhou sua experiência positiva no programa Sankofa, um grupo de formação de lideranças voltado para mulheres negras no Hospital Albert Einstein. Ela ressaltou a importância de explorar a ancestralidade para fortalecer as competências necessárias ao desenvolvimento da liderança.
O relatório de sustentabilidade do Einstein evidenciou a disparidade na distribuição de cargos entre pessoas pretas e pardas, sendo 74% ocupando funções de nível técnico ou operacional e apenas 4,3% em cargos de gerência, coordenação ou médicos.
Daniele Mattos, cofundadora da Indique Uma Preta, consultoria que conecta a comunidade negra ao mercado de trabalho, enfatizou a necessidade de uma mudança de mentalidade nas práticas de contratação, incluindo a valorização do repertório das pessoas negras nos processos seletivos.
A discussão, mediada por Flavia Lima, secretária-assistente de Redação e editora de Diversidade da Folha, contou também com a participação de Kátia Evangelista Regis, coordenadora-geral de justiça racial e combate ao racismo do Ministério da Igualdade Racial.
No encerramento do painel, as participantes ressaltaram a importância de pessoas brancas reconhecerem seus privilégios e assumirem responsabilidade na promoção da igualdade racial dentro das organizações.
QUEM É GRAZIELA
Embora esteja há vários anos fora de Garça, Graziela Fernanda Teodoro Bomfim tem raízes familiares na cidade, sendo filha do Clóvis Neiva Bomfim, o conhecido “Clóvis do CEI” (hoje morando na Capital) e da costureira Aparecida Teodoro Bomfim, a “Cida do CEI” (falecida em 1998). É irmã da Erica e da Mirela, e desde 2020, tia do Gustavo.
Com uma sólida formação em enfermagem, Graziela é graduada e pós-graduada em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com especializações em Gerenciamento e Acessos Vasculares e Mestrado pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). Atualmente, é doutoranda pela Escola Paulista de Enfermagem.
Sua paixão pela enfermagem remonta à infância, quando acompanhou o avô durante uma internação hospitalar após um AVC. Esse momento crucial permitiu a observação das diferentes funções desempenhadas por médicos e enfermeiros, orientando sua decisão de seguir carreira na área.
Graziela construiu sua carreira na enfermagem transitando pela assistência na Unifesp e há 18 anos desenha sua trajetória no Hospital Israelita Albert Einstein. Em 2014, tornou-se referência técnica, assumindo a coordenação de enfermagem em 2021.
Desde março de 2022, desempenha o papel de responsável pela Produtividade e Central de Monitoramento Assistencial, consolidando sua posição de destaque no cenário hospitalar.
Graziela Fernanda Teodoro Bomfim, com sua trajetória notável e participação ativa no seminário, continua a ser uma inspiração para a busca de equidade racial no ambiente corporativo. Sua dedicação à enfermagem e ao avanço das discussões sobre diversidade e inclusão destaca-se como um exemplo a ser seguido não apenas em Garça, mas em todo o país.
Clóvis, Graziela e as irmãs Mirela e Érika e o sobrinho Gustavo, por ocasão do recebimento do Prêmio Daisy - elogio extraordinário para uma enfermeira - recebido por Érica Bomfim.
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