A Câmara de Gália aprovou resolução para destituir a presidente do legislativo, a vereadora Giseli Rodrigues Simões em sessão tumultuada que aprovou também formação de uma comissão processante com possibilidade de cassação de mandato da parlamentar.
Giseli é acusada de conduta irregular como presidente em denúncias de abuso de poder e ilegalidade, especialmente após um confronto com a diretoria administrativo da Câmara e em especial com o controlador interno, o advogado João Sardi Júnior.
É caso com troca de ataques em que a parlamentar chegou a suspender o controlador com acusações de falhas na atuação jurídica. Giseli, eleita presidente do Legislativo em dezembro do ano passado, tem enfrentado polêmicas em atuação na oposição à prefeitura.
O controlador assinou um parecer publicado pela Câmara que aponta irregularidades na prestação de serviços terceirizados de gestão no Legislativo, com recomendação para rescisão do contrato, em outubro deste ano.
Após a publicação do parecer, Sardi Júnior teria sido alvo de retaliações. Em uma delas, a presidente da Câmara abriu uma sindicância em que o acusa o controlador de perder prazo em defesa da Câmara e de exercer advocacia privada de forma irregular. Determinou seu afastamento.
Além disso, lacrou a sala do advogado com fita adesiva e uma folha escrita à mão com nome da presidente, data e assinatura.
A suspensão acabaria revogada por decisão da Comissão de Justiça e Redação em documento que aponta ilegalidade na medida, tanto por ter sido tomada de forma isolada pela presidente quanto pelos termos.
A decisão também cita a “inviolabilidade do local de trabalho” do controlador e o direito do profissional em acessar o Legislativo. A presidente destituída já vinha tentando medidas judiciais tanto no Fórum de Gália quanto no Tribunal de Justiça mas sem sucesso. A sessão que votou seu afastamento teve momentos tumultuados e Giseli Simões deixou o local antes do encerramento. A vereadora, nascida em Marília, é casada, psicóloga, e foi eleita com 104 votos em 2020.
Tensão Política
Gália vive momentos de tensão política. No começo de outubro a presidente Gisele recebeu denúncia feita pelo cidadão Emerson Lopes da Silva contra o prefeito Renato Inácio Gonçalves por quebra de decoro, por ter ofendido verbalmente a vereadora em áudios que vazaram nas redes sociais. Segundo o sites de notícias da cidade, nesses áudios Renato se refere à presidente da Câmara como ‘vagabunda’ e faz ofensas do tipo ‘vai tomar no c… dela’.
A votação da abertura de uma Comissão Processante (CP) com pedido de cassação do mandato do prefeito ocorreu dia 9/10, prevalecendo a força política de Renato: por 7 votos a zero, os vereadores rejeitaram a acusação. O entendimento principal foi de que o caso deveria ser discutido em ação penal e não politicamente, na câmara; teve quem também entendesse se tratar de infração político-administrativa do prefeito, visto que as narrativas ocorreram fora do ambiente do Poder Executivo.
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