Na semana passada recordamos como era a abertura dos campeonatos amadores do passado. Uma festa muito bonita, onde todas as equipes participavam. Era a apresentação dos jogadores antigos, bem como dos reforços para a temporada. Além, é claro, dos novos uniformes que os times usariam nos jogos. Um colorido todo especial, com um bonito visual.
Após a apresentação, acontecia o “Torneio Início”, com jogos eliminatórios, disputados em tempo menor, geralmente 15 x 15 minutos. Dando empate, cobrança de pênaltis. Em caso de novo empate, o ganhador era definido na “moeda”, cara ou coroa. Até ser conhecido o primeiro campeão do ano.
Tem até a história tem uma partida, que a moeda caiu em pé, e, malandramente, o jogador pegou a moeda no chão e saiu gritando que tinha dado o lado que ele escolheu. O juiz confirmou o lance. Era jogo praticamente o dia inteiro. Confesso que disputei muitos torneios início, que não parava nem para o almoço.
A coluna da semana teve grande repercussão, quando recordamos a festa que acontecia na abertura do campeonato amador, tendo como palco o Estádio Municipal “Frederico Platzeck”.
Muitas visualizações e comentários. Ainda no embalo da festa, recebemos três magníficas fotos, que hoje publicamos. Uma até como novidade: estamos fazendo o juramento do atleta, braço direito erguido, calculo que seja do ano de 1973.
Na época, começava a despontar no futebol, defendendo o Clube Atlético Ipiranga. Para nossa alegria, ganharia o primeiro troféu de artilheiro do campeonato amador, quando tinha 16 anos. Depois repetiríamos o fato por mais 10 temporadas.
Na foto está o “pelotão de elite”, esportistas natos, que comandava o futebol menor da cidade com competência e voluntariedade.
Da esquerda para direita conseguimos identificar: Ednalvo Cardoso de Andrade, Adalto de Paula, o prefeito Pedro Valentim Fernandes, Orlando Antunes Moreira, Sérgio De Stéfani, Juvenal “Barbeiro”, Pedro Kruzick, Valter “Palmital” Garcia, os árbitros Tio Antenor, Ranulfo José da Silva, Angelim Mantovaneli e Júlio Pavarini.
As outras duas fotos são fantásticas e históricas. A Corporação Musical “Santa Cecília”, comandada pelo maestro Geraldo Moisés, na pista do Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, puxando a fila, na frente dos times integrantes do campeonato.
No outro flagrante, estão os jogadores perfilados, também com braço direito erguido, repetindo o juramento do atleta. De quebra, para abrilhantar ainda mais o evento, a banda (carinhosamente apelidada de “furiosa”), tocaria o Hino Nacional Brasileiro, com todos os atletas cantando o hino mais bonito do mundo.
O primeiro time a direita é o Induscômio, o campeão amador de 1972. Consigo identificar: o primeiro é Béia Galvão, Washington, Rogério Guanaes, Ditão Ataliba, goleiro Cabrini, Sarará, Zequinha e Corinho.
Com um ótimo elenco, o Induscômio, comandado pelo técnico Ednalvo Cardoso de Andrade, se tornaria bi-campeão amador, vencendo na decisão, o forte time do Serenata.
Bons tempos que dificilmente voltarão. Outrora o futebol amador garcense era forte e competitivo, respeitado em toda região. Tinha grandes times e bons jogadores. Temos que convir que eram outros tempos.
Hoje mudou muito, com o alto custo para se manter uma equipe. Uma das saídas foi migrar para o futebol suíço. A atual geração dos jovens, tem outros pensamentos, com mais diversão e entretenimentos.
A falta do futebol profissional, o “Platzeck” com os portões fechados, são mais dois fatores, que contribuem para a não volta do futebol amador de campo.