Ontem, 12 de outubro, Garça se despediu de mais um de seus filhos ilustre. Foi sepultado, às 17h30, o corpo de Armando de Souza Filho, mais conhecido como ‘Seu Eli’. Nas redes sociais as manifestações de carinho ao homem, tido por todos, como amável, amigo, integro e que, por 30 anos esteve à frente do Hospital Samaritano. 

“O céu está em festa seu Eli como todos os funcionários do nosso amado ex Hospital Samaritano o chamavam. Homem integro não era só um diretor de um hospital. Era um pai e amigo de todos os funcionários. Quantas saudades daquele tempo. Tínhamos qualidade de trabalho e com o pouco de recursos que fazíamos o melhor, pois um hospital onde seu diretor amava cada funcionário o trabalho flui. Seu Eli deixa um legado de carinho e dedicação Hospital e Maternidade Samaritano hoje sim se encerra seu ciclo. Luto”, manifestou a ex-funcionária Tininha Nascimento.

Seu Eli faz parte da história de Garça, pois na década de 40 criou-se o "Hospital dos Pobres" (futuramente chamado de "Hospital e Maternidade Samaritano"), e ele comandou as atividades do hospital por cerca de 30 anos.

Ele estava com 92 anos e deixou os filhos Vanessa e Remo, além da esposa Julieta Casarsa de Souza.

Diante das muitas manifestações nas redes sociais, todas positivas, o também ex-funcionário Álvaro Santana colocou que os dizeres não eram apenas porque ele havia falecido, mas sim, porque de fato, era bom.

“Essas pessoas que estão falando do seu Eli não estão falando só porque ele faleceu. Ele era um ser humano que passou nessa terra e cumpriu seu dever e ajudou muitas pessoas. Meu primeiro dia de atendente de enfermagem foi dentro daquele hospital que seu Eli comandava com muito amor e carinho”, falou Álvaro.

Segundo seu depoimento, seu Eli, empregava pessoas que ainda não tinham uma profissão e, no decorrer do tempo possibilitava que elas fossem sendo capacitadas e, merecidamente, as promovia, mudava-as de setor, de acordo com o aprendizado, a qualificação.

“Elas iam aprendendo a profissão e ele ia mudando as pessoas de setor para se tornar um profissional. Serei sempre grato a ele. Com certeza o Senhor terá um lugar do lado de Deus Obrigado por tudo”, finaliza Álvaro Santana. 

“Minha finada mãe (Oneida) amava trabalhar no Hospital Samaritano, fazia tudo com muito amor. Dizia muito bem do seu Eli, que sempre foi uma pessoa do bem, um patrão maravilhoso: amigo, pai. Obrigado seu Eli (Armando), pelo que fez pela minha mãe. Que Deus, o receba de braços abertos”, colocou a internauta Mirella Bulho Raildo. 

História

Uma das primeiras instituições de Garça, o Centro Espírita Caminho de Damasco — cuja razão social é Grupo Espírita Fraternidade —, foi fundado em 19 de novembro de 1939 por espíritas garcenses, dedicados à causa filantrópica, entre os quais Edgard de Castro Marques, Manoel de Oliveira Pedro, Brasil Joly e Aurino Gomes Ribeiro. 

Em 1942, o Caminho de Damasco inaugurou o Hospital dos Pobres, o primeiro hospital de Garça e microrregião, situado à rua América, para atender à população da zona rural de vários municípios. No ano de 1956, passou a chamar-se Hospital e Maternidade Samaritano. Armando Avelino de Souza, Pedro Afonso de Oliveira, Arlindo Ribeiro de Andrade, Rolando Ramacciotti e outros cidadãos passavam a sustentar a causa em favor da população menos favorecida.

O Samaritano atendeu a população de Garça e região por mais de 60 anos ininterruptos, sendo dirigido nos seus últimos 30 anos por Armando de Souza Filho (mais conhecido por Eli), em cuja gestão remodelou totalmente seu prédio e instalações. O Samaritano, em razão da crise hospitalar que abrangeu todo o país, precisou encerrar suas atividades nos primeiros anos deste século.