A Prefeitura de Araraquara, município do interior de São Paulo, decretou lockdown aos 283 mil habitantes a partir desta segunda-feira (15), após o crescimento no número de casos e mortos em decorrência da covid-19 e da confirmação das variantes de Manaus, no Amazonas, e do Reino Unido.
O deslocamento só é permitido para acesso a serviços essenciais ou em caso de necessidade comprovada. Igrejas, templos, clubes recreativos e desportivos estão proibidos de abrir as portas até o fim do mês. O comércio essencial só pode abrir até as 20 horas e atender com o uso de senhas. Postos de combustível fecham a partir das 19 horas. Quem descumprir as regras fica sujeito a multas que variam de R$ 120 a R$ 6 mil.
A administração municipal elaborou o decreto municipal nº 12.485 com o objetivo de endurecer as medidas de isolamento social no município, já que os leitos de enfermaria e de UTI operam próximos da ocupação total. A cidade tem uma taxa de ocupação de 100% de leitos de enfermaria para covid-19 (novos leitos de enfermaria foram abertos em caráter de urgência) e de 96% de UTI.
A principal alteração do novo decreto é a restrição de circulação de veículos e da população pelas ruas. Somente poderá circular quem trabalha em um serviço considerado essencial, como supermercados, farmácias, postos de combustíveis, e quem for utilizar um desses serviços.
Equipes da prefeitura farão fiscalizações pelas ruas para dar orientações sobre as novas normas do decreto. No entanto, segundo o secretário de cooperação dos assuntos de segurança pública, o coronel João Alberto Nogueira Júnior, a administração municipal possui dispositivos legais para multar moradores e estabelecimentos pelo descumprimento do decreto.
Outra mudança imposta pelo decreto é a proibição de que o comércio utilize o sistema de drive-thru. "Somente estabelecimentos que já possuem essa estrutura física poderão continuar com a modalidade de venda, como é o caso de algumas redes de fast food e pizzarias. A venda por delivery no setor de alimentação está liberada."
Até a tarde desta terça-feira (16), segundo a Prefeitura de Araraquara, 100% dos leitos para covid-19 em UTI e enfermaria estavam ocupados e 16 pacientes com necessidade de oxigênio aguardavam uma vaga de internação e correm risco de morte em casa ou até mesmo na rua, caso não consigam a vaga a tempo.
Os secretários estaduais de Saúde, Jean Gorinchteyn, e de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, estiveram no hospital de campanha com o prefeito Edinho Silva e anunciaram que o Estado abrirá 70 leitos para covid-19 na cidade, com um investimento de R$ 1,5 milhão. "Araraquara é uma das cidades que mais preocupa no Estado de São Paulo", disse Gorinchteyn.